Com suspeita de fratura no fêmur, uma moradora do Jardim Santa Rosa, de 71 anos, aguarda há 10 dias pela realização de um simples exame de tomografia que pode confirmar o diagnóstico. A paciente sofreu uma queda da própria altura em sua casa, isso no dia 1º de junho, e foi levada até o Pronto-socorro do Hospital e Maternidade Municipal Dr. Acílio Carreon Garcia. Lá, ela foi atendida por um médico de plantão e, posteriormente, por um ortopedista. Este último, foi quem solicitou a tomografia. Familiares da aposentada Tannia Ramão Lopes relataram que, como o exame ainda não foi marcado, a única orientação recebida foi de “repouso”. Indignados com o descaso por parte da Secretaria de Saúde, eles registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
A fratura de fêmur tem um significado especial no idoso, pois nenhuma outra fratura aumenta tanto o risco de morte neste tipo de paciente como uma fratura do fêmur, principalmente na região do quadril. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, um a cada quatro idosos, em média, morrem dentro de um ano após uma fratura de fêmur. “Após dias de espera, conversa com Serviço Social e Ouvidoria, nada foi feito. Apenas orientação de repouso. Minha mãe não recebeu nenhum medicamento e nenhum diagnóstico. Nenhum exame conclusivo foi realizado”, disse, indignado, o filho da aposentada, Anselmo Ramão Lopes, de 47 anos, que é técnico em ortopedia.
Ele, atualmente, vive na Europa, mas presenciou o acidente da mãe, já que passa férias em Nova Odessa. “Fraturas de fêmur em idosos normalmente correspondem a quase 30% de morte dessa faixa etária e na maioria das vezes, o tratamento é cirúrgico. Mas como tratar um paciente que não teve o atendimento adequado, de acordo com os protocolos de atendimento de urgência e emergência?”, questionou Lopes.
A Secretaria de Saúde foi questionada pela reportagem do Jornal de Nova Odessa sobre o atendimento oferecido à paciente e sobre a demora para a realização do exame de tomografia solicitado pelo médico ortopedista. Em nota, a pasta disse que foram realizadas na paciente radiografias da coluna, quadril e fêmur, com suspeita de fratura. “Ela foi medicada e liberada, e o médico solicitou a tomografia que pode confirmar ou afastar a suspeita, que por sua vez deve ser solicitada pelo Município com pedido de urgência via CROSS regional, ou realizada junto a fornecedores deste serviço contratados pela Saúde”, justificou.