Coden investe, diminui perdas e aumenta oferta de água

O índice de perdas de 2018 é o menor da história de Nova Odessa, colocando o município abaixo da média nacional, que é de 38,5%

A redução do volume de água tratada que se perde no processo de distribuição foi de 14,7% no ano passado e resultou em 237,8 milhões de litros a mais no sistema de abastecimento naquele ano. A quantidade seria suficiente para garantir o consumo da população de Nova Odessa nos primeiros 21 dias de 2019, segundo informações do CCO (Centro de Controle Operacional) da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), responsável pelos serviços de água, esgoto e manejo de resíduos sólidos no município.

Calculado pelo volume de água produzido (tratado) para abastecimento menos o volume faturado (consumido e pago), o índice de perdas ficou em 26% no ano passado, o equivalente a 1,38 bilhão de litros que foram tratados e não foram registrados pelos hidrômetros, ou seja, se perderam pelo caminho ou sofreram a ação de fraudadores. Em 2017, esse índice foi de 30,51% ou 1,62 bilhão de litros.

O índice de perdas de 2018 é o menor da história de Nova Odessa, colocando o município abaixo da média nacional, que é de 38,5%, e entre os países com melhores performances do mundo. Com o desempenho obtido no ano passado, a cidade ascendeu à categoria de país desenvolvido na gestão hídrica, segundo classificação feita pela IWA (Associação Internacional da Água).

CAPTANDO MENOS, OFERECENDO MAIS

A queda permitiu que o município registrasse, no primeiro trimestre deste ano, o menor volume de captação de água bruta para tratamento desde 2011. Nos três primeiros meses daquele ano, para o abastecimento de 52 mil pessoas, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram captados 1,49 bilhão de litros. Já no primeiro trimestre deste ano, foram retirados dos reservatórios 1,34 bilhão, para atender 59,4 mil habitantes. Ou seja, com a política de combate de perdas intensificada a partir de 2013, Nova Odessa otimizou o sistema e consegue captar menos e oferecer mais água à população.

Para o diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro, a redução do índice de perdas acumulada nos últimos seis anos mostra que o sistema de abastecimento está cada vez mais eficiente, permitindo que a empresa retire menos água das represas, gaste menos com tratamento e atenda a uma população crescente. “Para se ter uma ideia, em 2013 captávamos uma média de 17 milhões de litros por dia. Hoje, estamos captando 14,5 milhões para abastecer uma população muito maior. Isso é otimizar o uso da água e respeitar o dinheiro público”, afirma Ongaro.

“Os números são resultado do investimento que temos feito no município. Foram R$ 50,1 milhões aplicados na troca de tubulações antigas e em tecnologia para o combate às perdas. Tanto que em 2012 o índice de perdas era de 45,1%. Hoje, temos 26% e continuamos investindo, modernizando todo nosso sistema, como as redes dos bairros Jardim Capuava e Jardim Alvorada, que estão sendo substituídas por canos de alta resistência e durabilidade, num investimento de R$ 5,119 milhões, e deve ser entregue até agosto”, explicou o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza.

REDES RENOVADAS

Nos últimos seis anos, além da expansão da rede coletora e a ampliação da capacidade de tratamento de esgoto, a companhia substituiu mais de 50 quilômetros de redes antigas de água tratada por tubulação de alta densidade, mais resistente e durável, trocou 6,6 mil ligações residenciais e 11 mil hidrômetros, adquiriu modernos dispositivos de controle de pressão; tudo para ampliar o monitoramento dos sistemas de captação e distribuição.

Com ampliação de ETE, Nova Odessa está preparada para o futuro

Ao entregar a terceira fase da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Quilombo, em julho do ano passado, a Coden e a Prefeitura de Nova Odessa preparam a cidade para o futuro. A construção do terceiro tanque e um reator consumiu R$ 6,8 milhões de investimento e ampliou a capacidade de tratamento de 60 mil para 90 mil habitantes. O município, que tem 59,3 mil pessoas segundo estimativa do IBGE, já trata 100% do esgoto coletado desde 2015.

Realizada pela Coden, a obra recebeu investimento de R$ 5,997 milhões, obtido a fundo perdido da Cobrança PCJ Paulista do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos), do Governo do Estado, além de uma contrapartida de R$ 835 mil. A ETE Quilombo é uma das maiores obras públicas do Brasil a adotar a tecnologia U-Box, considerada a melhor disponível para países tropicais.

A tecnologia não demanda a construção de lagoas a céu aberto, pois dois tipos de reatores são instalados no mesmo tanque de concreto armado, “empilhados”, o que economiza espaço físico e reduz custos operacionais. Automatizado e com baixo impacto ambiental, o sistema elimina odores, já que conta com queimador de gás, consome pouca energia, não gera ruídos e pode ser operado por uma equipe reduzida.

Ampliada, a estação virou referência no país. Em janeiro, técnicos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de Campo Limpo Paulista e Itatiba, fizeram uma visita técnica para conhecer o sistema. O objetivo foi conhecer os detalhes da tecnologia e avaliar a implantação em estações de tratamento em uma região que inclui 12 cidades.

“A ampliação da ETE Quilombo vai permitir que Nova Odessa continue tratando 100% do esgoto pelos próximos anos, considerando o aumento da população”, avaliou o diretor-presidente da companhia, Ricardo Ongaro. O prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza também destacou o impacto da obra. “Desde que assumimos, temos feito uma gestão focada no futuro. Estamos administrando pensando no bem-estar do cidadão novaodessense de hoje e de amanhã”, enfatizou Bill, que é presidente do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).