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Casal de médicos é acusado de agredir secretário de Saúde

Vanderlei Cocato registrou boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito

O secretário de Saúde de Nova Odessa, Vanderlei Cocato, afirmou que foi agredido fisicamente por uma médica e verbalmente pelo marido dela, que também é médico, além de ser ameaçado de morte pelos dois. O fato teria ocorrido na noite da última segunda-feira, 26, dentro do Hospital Municipal e Maternidade Dr. Acílio Carreon Garcia.
Um terceiro médico que também teria feito agressões verbais e ameaça contra o patrimônio público também responderá pela ação. As informações constam em nota oficial divulgada pela prefeitura na noite de terça-feira.
Cocato fez exame de corpo de delito, ontem, no IML (Instituto Médico Legal) de Americana e prestou esclarecimentos à Polícia Civil.
De acordo com o secretário, ele fazia uma inspeção de rotina nos corredores do hospital quando foi abordado por uma médica pediatra, que lhe fez questionamentos sobre mudanças no hospital.
A discussão teria começado por conta da mudança no local de estacionamento para os médicos, que foram proibidos de estacionar seus veículos próximo à janela dos quartos dos pacientes.
“Expliquei que temos um projeto de novo estacionamento, mas que neste momento temos outras prioridades para o investimento na saúde pública. Sem mais, nem menos ela começou a me agredir verbalmente e eu me retirei, mas ela não se contentou, veio atrás de mim pelos corredores e me agrediu com socos, mordidas, chutes. Em nenhum momento eu reagi e o marido dela, que também é médico, se aproximou e também começou a me agredir verbalmente”, contou Cocato. “Logo após as agressões, os dois me ameaçaram de morte”, disse.
“É um comportamento inadmissível para um médico”, afirmou Cocato.
O secretário de Saúde adiantou que adotará medidas judiciais e administrativas para apuração dos fatos e afastamento dos médicos.
Cocato ainda disse que, desde que assumiu a pasta, em novembro do ano passado, fez mudanças que causaram descontentamento por parte de alguns funcionários e perseguição política. “Sei que adotamos medidas que mudaram a rotina dos médicos e dos demais profissionais nos últimos meses. Porém, desde que assumi a pasta, realizo reuniões periódicas com a equipe e atendo todos os profissionais que me procuram para ouvir suas opiniões. Precisamos de um ambiente civilizado, onde diferenças de opiniões sejam debatidas no campo das ideias e nunca com agressões físicas”.

POLÍTICA
O casal de médicos envolvidos na agressão é ligado a grupos políticos. Em postagens em redes sociais e sites de notícias regionais, o médico aparece com políticos do PTN e é apontado como pré-candidato a deputado federal.
Em Nova Odessa, o PTN – que mudou de nome recentemente para Podemos – faz parte da oposição ao governo do PSDB.

REPERCUSSÃO
Ontem, a médica – que não teve o nome divulgado pela administração – teria sido ouvida na Delegacia e confirmado que a discussão começou por conta do estacionamento. Ela também afirmou que Cocato teria tentado tirar um celular de suas mãos, dando origem à agressões mútuas.
Cocato nega qualquer tipo de agressão e afirma que tem testemunhas que presenciaram toda a ação e que podem comprovar suas declarações.