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Comando da PM vai apurar se houve irregularidade na retirada de jornalista durante sessão da Câmara

Procedimento administrativo investigatório foi instaurado no 48º Batalhão; Renato Silva fazia cobertura dos trabalhos legislativos, quando foi surpreendido pela entrada dos policiais militares

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O comando do 48º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Sumaré, determinou a instauração de um procedimento administrativo investigatório para apurar se houve ou não irregularidade na conduta de policiais militares que retiraram o jornalista Renato Silva do prédio da Câmara Municipal e o conduziram à delegacia, durante sessão do Poder Legislativo do último dia 9 deste mês. O jornalista afirma que realizava a cobertura da sessão ordinária, quando foi surpreendido pela entrada dos policiais, que afirmaram ter um mandado de prisão contra ele.

“Eu não estava entendendo nada. Estava trabalhando quando vi os policiais chegando e eles disseram que tinham um mandado de prisão contra mim. Não apresentei resistência porque respeito muito a Polícia Militar, mas eles não me apresentaram nenhum documento e me pediram que os acompanhasse até a viatura que estava no estacionamento da Câmara. Vi que alguns vereadores até filmaram essa situação”, afirmou Renato.

Mesmo sem a apresentação de um documento oficial, o jornalista foi colocado na viatura da PM e levado até a delegacia do município, onde constatou-se não existir nenhum mandato de prisão emitido contra ele. “Eu não estava entendendo nada. Estava trabalhando quando vi os policiais chegando e eles disseram que tinham um mandado de prisão contra mim. Não apresentei resistência porque respeito muito a Polícia Militar, mas eles não me apresentaram nenhum documento e me pediram que os acompanhasse até a viatura que estava no estacionamento da Câmara. Vi que alguns vereadores até filmaram essa situação”, afirmou Renato.

Em nota, o comandante do 48º Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Valmir Moreira da Silva, explicou que o jornalista foi convidado e recebido na sede da unidade, onde relatou os fatos ocorridos na Câmara. “Foi instaurado um procedimento administrativo investigatório, que está sendo instruído para posterior decisão, se houve ou não alguma irregularidade na condução da ocorrência por parte dos policiais militares envolvidos”, traz a nota encaminhada ao Jornal de Nova Odessa.

“Eu realmente tinha sido condenado a pagar um valor de R$ 1.100 para o presidente do Sindicato dos Servidores, Adriano José de Carmo, em uma ação por danos morais e, na hora, até achei que tivesse alguma relação com esse processo. Mesmo assim, eu já havia pago, no mesmo dia, o valor. Não havia motivo para me levarem para a delegacia, para me tirarem do local onde eu estava trabalhando”, afirmou o jornalista.

Após o registro do boletim de ocorrência de natureza não criminal, Silva solicitou, formalmente,  que a Câmara de Nova Odessa fornecesse cópias das imagens das câmeras de segurança. Também solicitou que ao 48º Batalhão de Polícia Militar do Interior o fornecimento das imagens e áudios registrados pelas câmeras que agora são usadas pelos policiais junto ao colete à prova de balas. “Funcionários me disseram que eles haviam chegado e perguntado por mim, mas eles não esperaram nem o tempo suficiente para que eu terminasse as filmagens que estava fazendo e fosse até eles. Eu fui exposto a uma situação vexatória, sem motivo algum, sem nenhum mandado”, acrescentou o jornalista.