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Base do prefeito Leitinho derruba pedido de investigação no escândalo dos pastores

Por seis votos a dois, representação que pedia abertura de uma Comissão Processante para apurar possíveis irregularidades na vindo do ex-ministro da Educação a Nova Odessa foi rejeitada

jno

Os vereadores que compõem a base do prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, na Câmara derrubaram nesta segunda-feira uma representação que pedia a abertura de CP (Comissão Processante) para apurar a conduta do chefe do Poder Executivo no escândalo no Ministério da Educação, que culminou na prisão, isso na semana passada, do ex-ministro Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que são acusados de cobrar propina para liberar recursos aos municípios, via FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Votaram pela derrubada da representação os vereadores Levi Tosta, o Levi da Farmácia; Paulo Bichof; Sebastião Gomes dos Santos, o Tiãozinho do Klavin; Antonio Alves Teixeira, o Professor Antonio; Márcia Rebeschini e Oseias Domingos Jorge. A favor da investigação, votaram os vereadores Silvio Natal, o Cabo Natal; e Wagner Morais. O presidente Elvis Garcia, o Pelé, só votaria em caso de empate, o que não aconteceu.

“Trata-se a presente denúncia sobre a realização de um evento do MEC em Nova Odessa, que é pivô central do escândalo nacional que envolve a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e mais quatro suspeitos pela Polícia Federal”, traz trecho da representação protocolada na Câmara pela coordenadora pedagógica Priscila de Cássia Gomes Alcantara, que atua na rede municipal de ensino de Nova Odessa. “Toda denúncia e todo o escândalo nacional envolvendo o caso de suposto pagamento de propina no Ministério da Educação têm como pilar central o evento realizado em Nova Odessa e amplamente divulgado pelo prefeito Leitinho e pela prefeitura”, cita a servidora pública, se referindo ao “Gabinete Itinerante”, realizado no ginásio de esportes do Jardim Santa Rosa no dia 21 de agosto de 2021.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Em nota, a assessoria de imprensa da prefeitura disse que, apesar de o nome da cidade ter sido envolvido no noticiário do caso “não pesa nenhum tipo de acusação ou suspeita sobre a Prefeitura e/ou os agentes públicos municipais. A Prefeitura de Nova Odessa esclarece que jamais pagou qualquer valor a pastores ou servidores federais pela realização do evento oficial do MEC na cidade em agosto do ano passado”, argumenta o governo Leitinho.

Na mesma nota, a prefeitura ressalta que o “Gabinete Itinerante” foi um evento oficial do MEC e do FNDE, conduzido pelas equipes técnicas e de Cerimonial do MEC, que atendeu a cerca de 80 prefeitos e secretários de Educação do interior do Estado de São Paulo. “Não foi o primeiro nem o último realizado nestes moldes em todo o Brasil pelo MEC. O custo para o Município foi praticamente nulo, com exceção do coffee break para as autoridades visitantes. Como informamos anteriormente, nem o prefeito, nem o secretário de Educação receberam qualquer pedido de vantagem indevida por parte dos personagens citados nas matérias, antes, durante ou depois do evento do Ministério da Educação na cidade em agosto do ano passado”, garantiu.

 

‘Deixa a impressão de que a impunidade impera’

 

Após o arquivamento do pedido de Comissão Processante feito pela servidora pública municipal Priscila de Cássia Gomes Alcantara, a reportagem do JNO questionou os vereadores sobre o posicionamento de cada um na votação da denúncia, com exceção do presidente Elvis Garcia, o Pelé, que só teria direito a voto em caso de empate. Os vereadores Professor Antonio e Márcia Rebeschini disseram apenas que “não há indícios sobre a participação do prefeito Leitinho nas denúncias”. Já Levi Tosta afirmou que, embora o assunto seja “meio esquisito mesmo”, prefere esperar o trabalho de investigação que está sendo feito pela Polícia Federal. “A Polícia Federal está investigando e ela investiga mesmo! Deixa ela (PF) trabalhar e mostrar um elemento palpável né?”, afirmou o vereador.

Por outro lado, o vereador Wagner Morais – que votou pela abertura da Comissão Processante contra o prefeito Leitinho – disse que se trata “de um escândalo sem precedentes na história de Nova Odessa” e que deveria ser investigado pela Câmara, que “tem a função constitucional de investigar os atos do prefeito”. “Neste caso, além do prefeito, deveríamos incluir na investigação o secretário de Educação e outros agentes públicos que tivessem participado diretamente nas tratativas do evento.

Defendo que essa história precisa ser melhor apurada e que os culpados sejam punidos exemplarmente. Caso contrário, a sociedade terá a péssima impressão de que a impunidade impera nesse país”, frisou Morais. Cabo Natal, o outro vereador que votou pela abertura da CP, disse que é preciso “esclarecer a verdade” não apenas para Nova Odessa, mas para todo o País. “Não tenho político de estimação e precisamos trazer esse debate e esclarecer a verdade para toda população de Nova Odessa, ou melhor, para toda a população do País. Nova Odessa merece respeito”, declarou o vereador.