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Atendimentos na UR sobem de 40 para 160 por dia e PMNO concentra esforços na Saúde

Prefeito Cláudio Schooder e equipe da Secretaria pedem que cidadãos fiquem em casa e usem máscaras

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Acompanhando diariamente a situação dos dois serviços da Rede Municipal de Saúde de Nova Odessa que concentram o atendimento aos pacientes com sintomas de Covid-19, o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, fez na terça-feira (23/03) mais um alerta à população da cidade: a pandemia nunca foi tão grave e é hora de todos aderirem ao isolamento social e ao uso de máscaras.

Apenas na segunda-feira, foram atendidos 163 pacientes suspeitos na UR (Unidade Respiratória) do Jardim Alvorada. No dia seguinte, a Vigilância Epidemiológica confirmou 113 novos casos positivos, um novo recorde diário (negativo) da pandemia.

Ele também garantiu que a Prefeitura segue investindo para fazer frente ao aumento na demanda por atendimento e internações, mas teme que nem isso seja suficiente se as atuais regras do Plano São Paulo não surtirem efeito rápido em todo o Estado, principalmente em função da falta de vagas em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para pacientes graves em hospitais de referência da região.

O prefeito costuma visitar pessoalmente a UR do Alvorada, porta de entrada de pacientes sintomáticos no SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade. Desde a última sexta-feira, ele visita também a ala respiratória criada no Hospital e Maternidade Municipal para internação de pacientes de baixa complexidade com Covid-19.

“Passei segunda-feira à noite na UR e a situação é muito preocupante. O número de novos casos de Covid-19 continua aumentando a cada dia. Nossa Unidade Respiratória, que no final do ano passado fazia 40 atendimentos por dia, agora passa dos 160 – quatro vezes mais. Isso impacta. Estamos tendo que contratar mais profissionais de Saúde, montamos em tempo recorde a ala respiratória do Hospital Municipal, estamos adquirindo equipamentos e medicamentos, mas tudo isso pode não ser suficiente se a população não fizer a sua parte, que é ficar em casa sempre que possível e usar máscara o tempo todo”, apontou o chefe do Executivo.

Segundo Leitinho, no momento, todos os esforços da gestão municipal estão concentrados em prover tudo que é necessário para o atendimento dos pacientes, bem como a segurança alimentar e material mínima das famílias mais carentes, impactadas também pelas limitações do Plano São Paulo à Economia – por exemplo, através da criação do Programa NOS (Nova Odessa Solidária) de auxílio emergencial municipal.

“Por tudo isso, muitas outras atividades não tão essenciais, como algumas obras, vamos ter que deixar ‘de lado’ neste momento, porque o maior investimento estamos tendo que fazer na Saúde Municipal. Peço a compreensão da população, porque agora é hora de cuidar da Rede de Saúde, de salvar vidas”, apelou o prefeito de Nova Odessa – que é médico veterinário.

PANORAMA

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, se a população de Nova Odessa não se cuidar imediatamente, existe um risco real de a Rede “entrar em colapso” nos próximos dias – ou seja, não ter mais capacidade de internar pacientes que precisam de oxigenação. A “espera” por um leito de UTI para transferir um paciente grave da cidade, que era de 6 horas em média até poucas semanas atrás, agora já passa dos 7 dias.

O risco de saturação no atendimento é real mesmo após a inauguração de 11 novos leitos criados no Hospital – em apenas 12 horas de funcionamento, já no sábado, oito desses novos leitos de baixa complexidade estavam ocupados por pacientes transferidos da UR. Na terça-feira, eram dez leitos ocupados, além de 13 na UR (que tem capacidade para 18 pacientes).

“Nos últimos 15 dias, o número de pacientes com Covid-19 vem aumentando exponencialmente na cidade. A UR já chegou, em alguns momentos, a ter todos os seus 18 leitos ocupados, ainda que tenha caído um pouco graças às transferências dos últimos dias para o Hospital. A situação é extremamente crítica e, caso não ocorra de fato o isolamento social, o vírus vai continuar circulando, novas pessoas serão infectadas e mais pessoas precisarão de atendimento médico”, lamentou a coordenadora da Vigilância, Paula Mestriner.

“Infelizmente, nossa capacidade de atendimento está chegando ao limite e se esse ritmo (de novos casos graves) persistir, muitas pessoas vão acabar não tendo chance de receber um atendimento adequado e poderão ser as próximas vítimas fatais da Covid-19”, acrescentou o secretário de Saúde, o médico Nivaldo Luís Rodrigues.