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Água – IZ desenvolve sistemas de produção animal mais sustentáveis e com menor impacto ambiental

A demanda por água no Brasil é crescente, com aumento estimado de aproximadamente 80% do total retirado nas últimas duas décadas

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Na suinocultura, por exemplo, pesquisadores têm oferecido tecnologias para o reuso da água.

O Dia Mundial da Água (22) é um convite à reflexão sobre a importância de cuidar desse recurso essencial para a vida de todos os seres, e fundamental para o desenvolvimento e manutenção do agro paulista. Os trabalhos científicos desenvolvidos no Instituto de Zootecnia (IZ-Apta) têm em sua missão o engajamento pela sustentabilidade dos sistemas de produção. Os projetos buscam atender às demandas dos produtores e fortalecer a conscientização sobre a produção animal sustentável, com a melhor utilização dos recursos naturais. “A água é um dos pontos altos nas pesquisas do IZ para todas as áreas da produção agropecuária”, ressalta a diretora geral do IZ, Cristina Maria Pacheco Barbosa.

Na suinocultura, por exemplo, pesquisadores têm oferecido tecnologias para o reuso da água. Os trabalhos do programa “Suíno Pata Verde”, com o sistema Flotub JLTec-IZ, apresenta tecnologia à suinocultura paulista, que envolve a recuperação da água no sistema de produção de suínos. O Projeto faz parte do Programa de Produção de Proteína Integrada que envolve a redução do impacto ambiental pelo aumento da metabolização de nutrientes e transformação do passivo ambiental em ativo financeiro. A caracterização dos efluentes com a estação de tratamento permite a valoração dos coprodutos e a produção de água de reuso, energia e lodo [potente biofertilizante e compostagem].

A coordenadora do Programa, a pesquisadora Simone Raymundo de Oliveira explica que é necessário promover cada vez mais essa gestão inteligente do esgoto, já que alguns números apontam para a escassez de recursos hídricos. “A previsão é de que ocorra um aumento de 24% na demanda até 2030, segundo estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) de 2019. O país utiliza em média cerca de 2,5 milhões de litros por segundo. Em 2030, esse total deve superar a marca de três milhões de litros de água.”

“Nesse contexto, é imprescindível que os sistemas de produção agropecuários revejam, de imediato, seus manejos tecnológicos nos diferentes sistemas de produção animal relacionados à gestão do uso da água e dos resíduos produzidos”, destaca Simone.

Nos Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, a pesquisadora Gabriela Aferri destaca o uso mais eficiente da água na produção animal nesses arranjos, pois o ambiente com árvores proporciona maior equilíbrio térmico aos animais, diminuindo sua necessidade de ingestão de água. “Ainda há o benefício proporcionado pelas árvores, que amortecem a velocidade da chuva e permitem a melhor infiltração da água no solo. Depois, podemos considerar que o solo estará sempre com cobertura vegetal, o que diminui a perda de água por evaporação.”

A atenção ao consumo de água também faz parte dos estudos do Centro de Pesquisa Avançada de Bovinos de Corte, onde está instalado um sistema de alimentação de animais que registra eletronicamente (24h/dia), em tempo real, o consumo de alimento, o comportamento ingestivo e, também, o total de água ingerido pelos animais. “Todas essas informações permitem estudos das relações entre desempenho e eficiência alimentar com o consumo de água”, afirma a diretora do Centro de Pesquisa, Joslaine Cyrillo, e sua equipe.

Em trabalhos recentes, conduzidos no Centro Avançado de Pesquisa de Bovinos de Corte, verificou-se que animais mais eficientes (baixo CAR) consumiram menos água (29,6 l/dia) que os animais menos eficientes (alto CAR), com valor de 32,45 l/dia. O registro do consumo de água também permitiu estudos na área de ambiência e bem-estar animal. Observou-se que os animais da raça Senepol, durante teste de eficiência alimentar, em ambiente sem sombreamento, consumiram 5,5% a mais de água que os animais com sombra natural disponível como forma de regular a temperatura corporal.

A mesma resposta ocorreu com a produção de ovinos. Ao utilizar a estação automatizada, foi possível avaliar a eficiência do uso de água e ração na produção ovina. Além do Consumo Alimentar Residual, que já existia, também foi elaborado o Consumo de Água Residual e o Consumo de Hídrico e Alimentar Residual. “Assim, animais mais eficientes para ingestão de alimento, também são mais eficientes na ingestão de água”, enfatizou o pesquisador Ricardo Dias Lopes da Costa, da Unidade de Ovinos do IZ.

Assim, o IZ tem desenvolvido tecnologias para o manejo mais eficiente da criação, bem como, continua aprimorando ferramentas para auxiliar na seleção de animais superiores e, também, para o consumo de água. Dessa forma, a produção animal mais eficiente é aliada da conservação e uso racional da água.

A Secretaria de Agricultura tem por missão institucional promover a oferta sustentável de alimentos saudáveis e seguros, fibras e bioenergia, por meio da pesquisa, inovação, empreendedorismo e gestão de risco, modernizando a infraestrutura do campo, o uso da terra e dos recursos naturais, agregando valor e competitividade aos produtos para a melhor qualidade de vida da população.

Diante deste leque, os Comitês de Bacias e a Agência das Bacias PCJ têm como missão executar ações para implantação das políticas de recursos hídricos no território de sua abrangência, explica o pesquisador João José Demarchi, representante do IZ nos Comitês de Bacias, ao mencionar que há um Termo de Cooperação assinado entre a Agência de Bacias PCJ e a Secretaria por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS). “A garantia de disponibilidade de água, em qualidade e quantidade mínima para todos os usuários, é imprescindível para atingirmos essa missão.”

Para desenvolver este trabalho o pesquisador continua atuando por meio da “Política Pública de Recuperação e Proteção dos Mananciais PCJ” para que a gestão dos recursos hídricos esteja alinhada com as ações de transferência de tecnologias e assistência técnica para os produtores rurais.

Isso faz com que as áreas rurais e urbanas estejam integradas numa única paisagem, ao possibilitar que sejam implantadas ações de pagamentos por serviços ambientais (PSA), reconhecendo os produtores rurais como “Produtores de Água”.  Tornam-se, assim, recebedores de incentivos econômicos, entre outras ações. Já as áreas urbanas, incluindo indústrias e domicílios, serão os usuários pagadores.  Cria-se assim um circuito de manutenção contínua dessas áreas e, consequentemente, de uma maior segurança e sustentabilidade hídrica para todos.

Acompanhe a matéria completa dos trabalhos de pesquisa da SAA – Dia Mundial da Água: pesquisas da Secretaria de Agricultura buscam preservar e garantir a qualidade do recurso no decorrer de toda cadeia produtiva – Secretaria de Agricultura e Abastecimento

 

 Lisley Silvério (MTb. 26.194)
Assessora de Imprensa – Instituto de Zootecnia
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Governo do Estado de São Paulo
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www.iz.sp.gov.br   | www.agricultura.sp.gov.br