Paulo Medina
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Nova Odessa registrou a segunda morte por dengue no ano de 2024, conforme dados do Painel da Dengue do Estado de São Paulo desta segunda-feira (10). O município também atingiu um número alarmante de mais de 3,3 mil casos confirmados da doença, evidenciando a gravidade da situação de saúde pública na cidade, que possui 5% da população infectada e o quadro mais grave da doença na região.
O Instituto Adolfo Lutz confirmou que a vítima é uma paciente de 54 anos, que foi atendida no HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em maio.
Segundo o Estado, a vítima morreu em 10 de maio. Ela começou a ter os sintomas da doença no dia 6 de maio. Nova Odessa tem mais cinco mortes suspeitas de dengue em investigação.
O número superior a 3,3 mil casos confirmados em 2024 coloca Nova Odessa em um estado de alerta máximo. Não há, porém, informações divulgadas pela Prefeitura sobre os bairros com maior incidência de casos. A cidade está em emergência para a doença desde março.
Especialistas alertam que a dengue não é apenas uma doença de verão e que as mudanças climáticas estão contribuindo para a proliferação do mosquito transmissor durante todo o ano.
O pedido é que a população mantenha a vigilância constante e adote medidas preventivas diariamente.
Em abril, a Vigilância Epidemiológica de Nova Odessa confirmou a primeira morte por dengue. A paciente é uma mulher, de 42 anos, moradora do Altos do Klavin.
Nova Odessa tem a pior epidemia de dengue da região. Em média, a cada 20 moradores, um já contraiu dengue em Nova Odessa este ano. O JNO noticiou no fim de maio que percentualmente, a cidade supera Americana, onde 0,80% da população foi infectada, Sumaré, que tem 1,3% da cidade afetada pela dengue, Santa Bárbara d’Oeste, com 2% de infectados, e Hortolândia, com 0,5% de moradores diagnosticados pela doença.
O aumento abrupto dos casos tem sobrecarregado os serviços de saúde locais. Hospital e unidade de pronto atendimento estão lotados, e o tempo de espera para consultas e tratamentos tem aumentado significativamente. A situação é tão grave que alguns pacientes estão esperando atendimento no chão.
Nova Odessa registra 3.321 casos neste ano. A equipe da Saúde Municipal estima que 40% desses casos sejam de moradores de outras cidades que buscaram atendimento na Rede Municipal de Nova Odessa.
A Prefeitura informou que o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti adulto (transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya) continua diariamente em Nova Odessa e acontece o ano todo, sendo realizado pela equipe de dez servidores que atuam no Setor de Zoonoses da Prefeitura, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde.
Até o último dia 22 de maio, eram cerca de 38,4 mil ações contra o mosquito desde 1º de janeiro. Apenas no trabalho de BCC (Busca Casa a Casa), foram feitas 10.301 visitas domiciliares pela equipe, formada por dez profissionais que atuam de segunda a sábado na “guerra” contra o Aedes aegypti.
Desse total, 6.540 imóveis foram visitados e vistoriados em busca de criadouros durante a semana, e 3.761 aos sábados, nos chamados “mutirões”. A equipe fez ainda 10.037 ações diversas de outras naturezas e promoveu a nebulização veicular em mais de 17,4 mil imóveis da cidade – muitos deles, mais de uma vez.
Para reduzir a incidência da doença, o Setor de Zoonoses do Município ressalta mais uma vez que é essencial a participação ativa da própria população, na busca e eliminação de todo e qualquer material que posso acumular água parada nas residências, quintais, terrenos e estabelecimentos.
Eliminação de criadouros: remover qualquer recipiente que possa acumular água, como pneus, garrafas, vasos de plantas e calhas entupidas.
Cuidados pessoais: usar repelentes e vestir roupas que cubram a maior parte do corpo, especialmente em áreas com alta incidência de casos.
Atendimento médico: procurar atendimento médico imediato ao apresentar sintomas como febre alta, dores no corpo, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.