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NO concentra 18,4% dos casos de dengue na região e doença ainda desafia governo

A cada 100 casos registrados na região, 18 estão em Nova Odessa, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde; cidade, com população menor que vizinhas, está em situação crítica em 2024

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Paulo Medina
redacao@jno.com.br

Em uma das epidemias mais severas da história, Nova Odessa concentra 18,4% dos casos da doença entre as cidades vizinhas em 2024. Isso quer dizer que a cada 100 casos registrados na região, 18 estão em Nova Odessa. Até o momento, o município já contabilizou 3.892 casos confirmados e registra três óbitos, além de uma morte sob investigação que pode estar relacionada ao surto. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde.
A cidade, embora tenha uma população menor que as vizinhas, está em uma situação crítica diante do avanço da doença. Nova Odessa divide a preocupação com Sumaré, Americana e Santa Bárbara d’Oeste, que, juntas, somam 21.063 casos confirmados de dengue.
Sumaré lidera o número de infecções na região, com 6.568 casos confirmados, seguida de perto por Santa Bárbara d’Oeste, que contabiliza 6.248 infecções. Americana, que também enfrenta um surto preocupante, registrou 4.355 casos da doença.
Embora campanhas de prevenção e mutirões de limpeza tenham sido realizados, os números mostram que o controle da doença ainda está longe de ser alcançado. O aumento dos casos pode ser atribuído a fatores como acúmulo de lixo em áreas públicas e privadas, além das variações climáticas, que favorecem a proliferação do mosquito.
Para especialistas, o aumento exponencial dos casos na região em 2024 indica que o problema exige uma ação coordenada e permanente entre os municípios.
Com o verão se aproximando, período em que as chuvas se intensificam, há risco de que os números de casos possam crescer ainda mais.
A dengue continua a ser um problema de saúde pública que requer atenção. Epidemiologistas alertam que se municípios não fizerem a lição de casa e um efetivo planejamento de controle da doença para 2025, o ano que vem tende a ser pior.
Para prevenir a dengue, é essencial eliminar focos de água parada, tampando caixas d’água e recipientes como baldes. Garrafas vazias devem ser armazenadas com o gargalo para baixo e pneus velhos descartados ou guardados em locais cobertos. Manter áreas externas limpas também é fundamental; folhas e galhos devem ser removidos de calhas para evitar o acúmulo de água, e piscinas e fontes precisam de limpeza regular, com a água sempre tratada com cloro. Quanto aos vasos de plantas, é importante evitar o uso de pratinhos ou enchê-los com areia, além de trocar a água de plantas aquáticas regularmente. Ralos também devem ser limpos com frequência, de preferência cobertos com telas, e fossas sépticas devem ser esvaziadas ou vedadas adequadamente.
No cuidado pessoal, usar repelentes, especialmente nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, e vestir roupas de manga longa e calças compridas ajuda a evitar picadas.
Perguntada sobre as ações a serem realizadas ainda em 2024, a Prefeitura de Nova Odessa não se manifestou.