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Moradores protestam com cartazes contra abandono do Parque Ecológico de Nova Odessa

Cartazes com palavras como “socorro” e “vergonha” foram espalhados pelo parque nesta terça (29) em protesto contra o abandono e a falta de respostas da Prefeitura.

Na manhã desta terça-feira (29), o Parque Ecológico Isidoro Bordon, em Nova Odessa, amanheceu tomado por cartazes com palavras como “Abandono”, “Vergonha”, “Socorro” e “Descaso”. A manifestação silenciosa foi organizada por moradores indignados com o estado do local, que há meses enfrenta denúncias de degradação, entulho acumulado e obras inacabadas.

O protesto reacende uma velha ferida: o parque, que já foi cartão-postal da cidade, está largado. Desde o ano passado, moradores vêm denunciando o abandono da área, que acumula sujeira e entulho, especialmente após uma obra mal resolvida de desassoreamento.

Segundo denúncias apresentadas pelo vereador André Faganello (Podemos), mais de 100 caminhões de entulho teriam sido despejados dentro da represa do bosque. A origem e o destino final dos resíduos seguem mal explicados pela administração. Durante sessão na Câmara, Faganello cobrou explicações e levantou dúvidas sobre a legalidade do descarte.

Na época, a Prefeitura alegou ter recebido uma dispensa do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e afirmou ter solicitado licenças ambientais à Cetesb, mas não detalhou o paradeiro dos materiais retirados. Parte do entulho chegou a ser jogada em terrenos próximos, o que gerou ainda mais críticas.

A situação se agravou com a paralisação da obra de revitalização. A empresa Mauro Terraplenagem e Locação Ltda., contratada por R$ 150 mil, já recebeu R$ 129,5 mil, embora não tenha finalizado os serviços.

Além disso, em março deste ano, o governador Tarcísio de Freitas anunciou a liberação de R$ 1 milhão do FID-SP (Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos) para reforma do Zoológico Municipal, que integra o mesmo complexo do parque. A Prefeitura prometeu investir outros R$ 203 mil como contrapartida. Mesmo com o anúncio, o local continua fechado e os avanços são praticamente invisíveis para quem passa por lá.

“Dinheiro tem. O que falta é gestão”, resumiu a moradora Ana Ribeiro, uma das vozes mais ativas nas cobranças pelo resgate do parque.

O protesto desta terça-feira escancara que a população cansou de esperar. E agora, os gritos por solução estão pendurados nas árvores, colados nos muros e espalhados por todo o parque.