A situação urbana de Nova Odessa se agrava a cada semana, e agora deve ganhar um novo capítulo nas esferas de controle institucional. Um órgão fiscalizador do próprio Ministério Público será oficialmente acionado para apurar a conduta do promotor Carlos Nardy diante da aprovação em série de loteamentos residenciais na cidade. O motivo: mesmo alertado formalmente — por meio do protocolo do Plano Municipal de Saneamento — sobre o risco iminente de colapso urbano, Nardy não adotou medidas concretas para conter o avanço desordenado dos empreendimentos.
A cidade já contabiliza a aprovação de 28 novos loteamentos em poucos anos, a maioria sem garantias mínimas de saneamento básico, transporte público, estrutura educacional ou atendimento de saúde. Embora uma nova represa esteja sendo construída, ela representa apenas uma fração da solução necessária. A urbanização acelerada exige, além de abastecimento, planejamento integrado e políticas públicas que assegurem qualidade de vida à população. Sem escolas, postos de saúde e transporte coletivo, o crescimento se transforma em sobrecarga.
A omissão do Ministério Público local é especialmente grave porque os riscos foram documentados e entregues à Promotoria. O Plano Municipal de Saneamento, instrumento técnico e legal, apontava com clareza os impactos da expansão urbana sem infraestrutura. Ainda assim, loteamentos foram sendo liberados sem qualquer ação restritiva ou pedido de revisão por parte do promotor.
Com base nesses fatos, o próximo passo será formalizar a denúncia à instância superior do MP — como a Corregedoria ou Ouvidoria — para que se apure se houve negligência ou omissão funcional. A expectativa é de que o caso seja analisado com isenção e seriedade, diante dos impactos já perceptíveis no cotidiano da cidade.
A sociedade civil, por sua vez, exige respostas. O crescimento urbano não pode continuar sendo tratado como uma pauta meramente burocrática. Ele afeta diretamente o presente e o futuro de milhares de famílias. O poder público, incluindo o Ministério Público, tem o dever de fiscalizar, agir preventivamente e garantir que cada decisão de expansão urbana venha acompanhada de responsabilidade social e planejamento real.
Nova Odessa pede socorro — não apenas por água, mas por estrutura, dignidade e compromisso com o que importa de verdade: a vida nas cidades.