Da Redação
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O acúmulo de lixo em containers – e ao lado deles – em vários bairros de Nova Odessa está provocando reclamação em moradores que são obrigados a conviver com o mau cheiro e os insetos atraídos pelos resíduos de alimentos. Nesta semana, a reportagem do Jornal de Nova Odessa recebeu imagens de pelo menos três pontos da cidade nesta situação: Altos do Klavin, Jardim das Palmeiras e São Manoel. De acordo com a população, trata-se de um cenário recorrente.
“Toda vez as caçambas (sic) ficam lotadas de lixo e demora vários dias pra esvaziar. E quando o pessoal esvazia, não recolhe os restos que caem pelo chão. Ou seja, só transfere o problema de lugar e o mau cheiro permanece aqui até eu ou um vizinho limpar por conta própria”, disse o motorista aposentado Gabriel Idário, que mora no bairro Altos do Klavin e encaminhou fotos do container que fica na Rua José de Camargo. No Jardim das Palmeiras, a reclamação é a mesma. “Isso aí (container) fica desse jeito toda vez. Tem cachorro que consegue subir em cima e rasgar todo o lixo. Com esse calor que tá fazendo, o cheiro é insuportável”, disse a manicure Miriam de Fátima Nepomuceno.
Questionada, a Coden Ambiental – que é responsável pelo serviço – disse que a coleta de lixo está sendo realizada regularmente em Nova Odessa desde o dia 2 de janeiro, e que todas as lixeiras são higienizadas periodicamente. “Nas imagens encaminhadas pelo Jornal de Nova Odessa, pode-se observar as lixeiras muito cheias e abertas, comportando resíduos que ultrapassam a sua capacidade máxima, que é de 1 metro cúbico. Essa situação gera alguns inconvenientes, como mau cheiro e acúmulo de lixo no entorno da lixeira, o que acaba atraindo animais que remexem e espalham o lixo. Também é possível verificar que alguns itens não são lixo orgânico, mas materiais recicláveis ou restos de objetos que não devem ser descartados no lixo comum”, disse a empresa de economia mista.
PÓS-ANHANGUERA
Na terça-feira, o JNO mostrou a indignação dos moradores do Pós-Anhanguera com a interrupção do serviço de coleta de lixo. A região é formada pelos bairros de chácaras Acapulco, Las Palmas e Recreio Represa. De acordo com um morador do Acapulco que procurou a reportagem do JNO, mas pediu para não se identificar, o local ficou 10 dias sem o serviço, considerado essencial.
“Eles (coleta de lixo) passam de terça e sábado aqui, mas a última vez foi na terça-feira da semana passada (dia 26). Estamos praticamente há 10 dias (sem coleta). Isso é um absurdo”, disse ele, que também encaminhou fotos dos sacos amontoados. “O cheiro é muito ruim e o lixo acaba se espalhando pelas ruas porque os cachorros rasgam os sacos. Se a gente deixa dentro de casa, fica ainda pior”, disse um outro morador do Acapulco. “Estamos abandonados”, completou.
LICITAÇÃO
No final do ano passado, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) determinou a suspensão da licitação milionária aberta pela Coden Ambiental para escolha da empresa que ficará responsável pela coleta de lixo urbano, coleta seletiva e destinação dos resíduos sólidos pelo prazo de 12 meses. A medida foi tomada depois que a empresa Gathi Serviços de Transportes protocolou representação no órgão fiscalizador, apontado problemas no edital que, segundo ela, prejudicavam a elaboração das propostas.
A Gathi Serviços de Transporte apresentou pedido de anulação da licitação diretamente à Coden Ambiental, mas o pedido foi rejeitado pela empresa de economia mista. No documento, ela alegava, entre outras coisas curto prazo para envio de documentos e ajuste da proposta vencedora; ausência de planilha com todos os custos diretos e indiretos; ausência, no edital, de informações sobre o itinerário, estimativa de quilômetros e locais, quantidade e horários de feiras livres, com as respectivas metragens de serviços de limpeza, prejudicando a correta elaboração de propostas.
IMBRÓGLIO
A licitação para escolha da empresa que ficará responsável pelo serviço de coleta de lixo em Nova Odessa já virou um imbróglio. No final de 2021, a Coden Ambiental lançou um primeiro edital, que foi alvo de diversos questionamentos e representação no TCE feito pela mesma Gathi. Na ocasião, o órgão fiscalizador acatou os apontamentos da empresa e também mandou suspender o certame. O caso se arrastou até março de 2022. Naquela data, a Coden, então, decidiu revogar o edital e prorrogar o contrato vigente.