Paulo Medina
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O prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), é alvo de uma queixa-crime após admitir, no púlpito de uma igreja, que violou uma sepultura no Cemitério Municipal. O episódio, que teria ocorrido no dia 12 de setembro deste ano, foi registrado em boletim de ocorrência e é formalmente investigado pela Polícia Civil. O caso também foi levado ao Ministério Público Estadual.
A denúncia foi apresentada pelo advogado Victor Bernardes da Silveira, que solicitou a investigação após receber um vídeo em que Leitinho relata o caso em um púlpito de uma igreja. No vídeo, o prefeito descreve que, acompanhado de pastores, realizou um ritual simbólico no cemitério, localizado na Rua Anchieta, onde o grupo andou 54 passos para a esquerda até encontrar a lápide da “Família Carlos”. Leitinho afirma que, sob “orientação divina”, escolheu um dos dois túmulos da família e abriu a sepultura.
Leitinho relatou que, ao abrir o túmulo pela primeira vez, não encontrou nenhum corpo. No entanto, após uma nova tentativa, afirmou ter encontrado um “chifre de boi” dentro da sepultura, entre outros itens.
A denúncia ressalta que a violação de sepultura é um crime previsto no artigo 210 do Código Penal, que estipula pena de reclusão de um a três anos, além de multa, para quem violar ou profanar sepultura ou urna funerária. O caso também foi registrado como infração ao artigo 212, que trata do vilipêndio a cadáver ou suas cinzas, cuja pena é de detenção de um a três anos e multa.
O caso agora também está sob análise do Ministério Público Estadual, que pode abrir uma investigação para apurar os detalhes da acusação e a conduta do prefeito.
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) foi procurada pela reportagem e informou que o caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia Seccional de Americana. “As investigações do caso seguem sob sigilo”, disse, em nota.
O prefeito e sua equipe ainda não emitiram nenhuma nota oficial sobre o episódio.