Paulo Medina
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O candidato à reeleição à Prefeitura de Nova Odessa, Claudio Schooder, o Leitinho (PSD), acaba de receber uma doação de R$ 50 mil para sua campanha eleitoral deste ano. O valor foi doado por Wagner Ricardo Antunes Filho, o Wagão, ex-prefeito de Leme e filiado ao mesmo partido de Leitinho. Wagão foi alvo de nove ações de improbidade administrativa e cassado por corrupção.
Conforme informações disponíveis no Divulga Cand, ferramenta da Justiça Eleitoral que monitora as finanças eleitorais, a contribuição de Wagão representa 99,98% do total arrecadado por Leitinho até o momento na campanha.
O ex-prefeito de Leme tentou concorrer à Prefeitura de sua cidade nas eleições de 2020, mas foi considerado inapto pela Justiça Eleitoral. Ele declarou possuir R$ 70 mil em bens, sendo este valor todo em dinheiro em espécie. Agora, Wagão doou R$ 50 mil para a campanha de Leitinho.
Wagão carrega uma série de processos por improbidade administrativa. Entre os principais, em 2023, ele foi condenado pelo crime de corrupção passiva em um esquema envolvendo a venda de merenda escolar, após denúncia do MPF (Ministério Público Federal).
Em outro caso, em 2017, ele foi punido pela Justiça por gestão orçamentária deficitária, resultando em um rombo de mais de R$ 9,5 milhões nas contas da Prefeitura de Leme, em 2012. Na ocasião, o ex-prefeito foi condenado à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa pelo dano causado.
Além disso, Wagão enfrentou outra condenação em 2014, quando a 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo o sentenciou por improbidade administrativa. Junto com o dono de uma empresa de marketing, ele foi punido por contratos irregulares com dispensa de licitação, que totalizaram mais de R$ 1 milhão. Ambos foram condenados à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por oito anos e ressarcimento dos danos ao erário.
Em 2011, Wagão teve os bens bloqueados pela Justiça em um caso envolvendo o ex-prefeito de Leme, vereadores e donos de supermercados acusados de montar um esquema de desvio de recursos públicos.
Em 2010, decisão da Justiça de Leme condenou Wagão por improbidade e cassou seu mandato após acusação da Promotoria de que o político praticou atos de publicidade ilegal em benefício próprio e de terceiros durante as eleições, em 2008.
A doação de Wagão para a campanha de Leitinho acende o debate sobre a influência de figuras envolvidas em escândalos de corrupção em meio ao processo eleitoral. Leitinho, que busca a reeleição, não comentou sobre a doação recebida de Wagão.