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Leitinho deixa os alunos sem kit escolar pelo segundo ano seguido

Estudantes da rede municipal voltam às aulas nesta segunda-feira sem os materiais; secretário de Educação, José Jorge Alves Teixeira, não sabe precisar data para entrega

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Se não bastasse o aumento de 10% nas taxas de lixo e de limpeza pública, os pais dos alunos da rede municipal de Nova Odessa terão mais um gasto adicional neste início de ano: a compra do material escolar. Tudo porque o secretário de Educação, José Jorge Teixeira, admitiu que a Prefeitura não fará a entrega do kit escolar na volta às voltas, marcada para esta segunda-feira, dia 7, para os cerca de 5,6 mil estudantes. E para piorar a situação, o secretário não soube precisar quando os materiais serão entregues. “Vai demorar alguns dias ou até mesmo, semanas”, afirmou. No ano passado, o primeiro da administração do prefeito Cláudio José Schooder (PSD), o Leitinho, as crianças não receberam, ao longo de todo o ano, o kit escolar que sempre foi entregue aos estudantes no primeiro dia de aula.

José Jorge Teixeira falou sobre o kit escolar em entrevista concedida nesta semana à rádio comunitária FM Paraíso. “Queria posicionar a situação, que é relevante, sobre o kit escolar. Quero informar que o processo licitatório ainda não finalizou, está na fase final de documentação para publicação. Entretanto, não vai acontecer a entrega desse material nos primeiros dias de aula. Vai demorar alguns dias ou até semanas. Eu não consigo precisar uma data, até por conta de recursos (de empresas) que podem acontecer”, admitiu o secretário. A “solução” sugerida por José Jorge é que os pais procurem a APM (Associação de Pais e Mestres). “As APM’s receberam recursos e aquelas crianças que, por ventura, precisarem de algum material, a escola e a Secretaria de Educação vão suprir essa necessidade”, garantiu.

O BÁSICO

Atualmente, a Rede Municipal possui 25 unidades, entre creches, pré-escolas e escolas de Ensino Fundamental I, atendendo atende cerca de 5,6 mil alunos. Na Emefei Alvina Maria Adansom, no bairro São Jorge, os pais que participaram da reunião nesta sexta-feira já receberam a lista dos materiais a serem providenciados. A direção da escola pediu a compra de dois cadernos, dois lápis, uma borracha, uma caixa de lápis de cor (12 unidades), uma régua, um tubo de cola, um caderno de recados, uma tesoura, um estojo e uma mochila.

“Eu perguntei sobre o material do ano passado, que não foi entregue. E a resposta que me deram foi de que no ano passado não foi entregue material. E esse ano não sabe quando vai vir, se é que vai vir. Eu disse que esse material tinha que ser entregue hoje, para que na segunda-feira as crianças iniciassem as aulas com os materiais. Me disseram que não veio e nem sabe quando e que é pra ir reclamar na Secretaria de Educação”, disse a mãe de uma aluna, que pediu para não ter a identidade revelada.

 

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Atraso na entrega já preocupava a Câmara

A possibilidade – agora confirmada pelo próprio secretário – de atraso na entrega dos kits escolares aos alunos da rede municipal de ensino de Nova Odessa, já preocupava a Câmara de Vereadores e deve ser tema de discussão na primeira sessão ordinária de 2022, que acontecerá na terça-feira. O vereador Levi Tosta, o Levi da Farmácia (DEM), chegou a protocolar um requerimento cobrando informações da Secretaria de Educação sobre os materiais.

“Sabemos que o tempo ideal para realização de um processo licitatório como esse é de, pelo menos, 60 dias. Depois disso ainda é preciso considerar que o ganhador precisa de um prazo para entregar o material. Já estamos na segunda quinzena de janeiro, com a previsão de início das aulas no começo de fevereiro, e sequer o edital foi publicado”, afirmou o vereador, na ocasião.

Em reportagem publicada pelo JNO no dia 20 de janeiro, Levi já afirmará que haveria atraso na entrega dos kits escolares. No ano passado a licitação chegou a ser realizada, mas após suspeitas de irregularidade, o contrato foi cancelado pelo prefeito Cláudio José Schooder. “Considerando que no ano passado as aulas presenciais retornaram apenas no último trimestre, houve mais que tempo hábil para realização do devido certame”, lembrou Levi.