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Leitinho deixa de pagar Descanso Semanal Remunerado a médicos e corta adicional

Saúde municipal, que já está em crise pela demora e mau atendimento em consultas e exames, também sofre com o descontentamento de seus principais profissionais de linha de frente

O prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), suspendeu o pagamento do DSR (Descanso Semanal Remunerado) e cortou uma gratificação de 10% por assiduidade dos médicos concursados da rede municipal, especialmente os que atuam no Pronto-Socorro do Hospital e Maternidade Municipal Dr. Acílio Carreon Garcia.
Os cortes causaram indignação entre os profissionais e chegaram à Câmara Municipal, que questionou nesta segunda-feira (26) o Executivo e cobra explicações sobre o corte de benefícios.
Segundo requerimento, até março de 2025, os médicos da rede municipal recebiam uma gratificação adicional de 10% sobre os vencimentos, vinculada à assiduidade — um incentivo para reconhecer o comprometimento dos servidores.
A gratificação, no entanto, foi extinta pela atual gestão, sob o argumento de “cumprimento ao regime estatutário”, o que causou redução direta na remuneração dos profissionais, inclusive daqueles que cumprem plantões nos finais de semana e feriados.
Além disso, o documento revela que os médicos deixaram de receber o Descanso Semanal Remunerado, um direito previsto tanto na Constituição Federal quanto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O DSR é devido a trabalhadores que cumprem jornada semanal, inclusive em plantões. O requerimento destaca que demais categorias da saúde municipal continuam recebendo o benefício, com a exclusão injustificada dos médicos.
A iniciativa de cortar benefícios de médicos, especialmente em um cenário de sobrecarga no sistema público de saúde, tem sido criticada por profissionais.
A ausência de DSR é considerada por muitos como um retrocesso na valorização dos profissionais da saúde, além de representar uma possível violação de direitos trabalhistas fundamentais.
A justificativa da Prefeitura até o momento não esclarece por que outros servidores da saúde seguem recebendo os mesmos direitos dos quais os médicos foram excluídos.
Caso o Executivo não apresente justificativas claras e legais, o caso poderá ser levado a instâncias jurídicas ou órgãos de controle, como o Ministério Público.
A saúde municipal, que já está em crise pela demora e mau atendimento em consultas e exames, também sofre com o descontentamento de seus principais profissionais de linha de frente.