Paulo Medina
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O prefeito de Nova Odessa, Cláudio Schooder, o Leitinho (PSD), assinou nesta semana o Decreto nº 4.819 que autoriza a implantação do loteamento “Residencial Figueiras II”. Este é o 19º loteamento aprovado durante os três anos e dez meses da administração Leitinho. A autorização em massa de empreendimentos tem sido questionada na Câmara Municipal há anos, apontando problemas futuros de infraestrutura e abastecimento. Recentemente, apesar do período de chuvas previsto, nem mesmo a Coden Ambiental descartou a possibilidade de racionamento na cidade.
O loteamento Residencial Figueiras II, aprovado pela Secretaria de Obras Públicas, Projetos e Planejamento Urbano, abrange uma área total de 180.286,29 m². O novo empreendimento é misto, destinado tanto a uso residencial quanto comercial, com exceção de alguns lotes reservados exclusivamente para residências.
Serão 424 lotes residenciais e comerciais, totalizando 90.861,23 m², representando 50,40% do total. Ainda, são 59.538,73 m² dedicados a espaços públicos e áreas verdes, com 27.721,32 m² destinados a preservação ambiental e 5.165,01 m² para sistema de lazer. O sistema viário ocupará 43.628,97 m² e as áreas institucionais contarão com 12.909,76 m².
A aprovação do loteamento veio acompanhada de exigências a fim de que o empreendimento conte com a infraestrutura necessária. O Termo de Contrapartida Social exige que o proprietário do empreendimento invista em redes internas de abastecimento de água e coleta de esgoto, com integração ao sistema público. Além disso, o projeto estabelece um prazo de dois anos para que as obras sejam iniciadas a partir da emissão do certificado do órgão estadual GRAPROHAB.
Para assegurar a execução das obras, alguns dos lotes serão hipotecados em favor do município até a conclusão das infraestruturas, cuja previsão de investimento é de aproximadamente R$ 19,1 milhões. A hipoteca, avaliada em R$ 20,7 milhões, abrange lotes que cobrem uma área de 16.695,31 m².
A aprovação do novo loteamento ocorre em um período em que a própria Coden Ambiental não descarta a possibilidade de racionamento de água na cidade.
Em agosto, já em plena escassez hídrica, Leitinho aprovou o 18º empreendimento: o Parque Jardim Atlântica. O empreendimento conta com 1.128 lotes e será implantado em uma área de 581.238 m², ao entorno da Represa do Laurindo, que registra baixo volume de água durante a escassez hídrica que afeta a região.
A decisão de aprovar mais loteamentos em meio à escassez hídrica gera debates sobre a sustentabilidade hídrica da cidade, que enfrenta seca severa e o volume das represas em queda.
Ainda, o governo Leitinho sinalizou a liberação de mais sete novos empreendimentos imobiliários. A iniciativa é vista pelo vereador Elvis Pelé (PL) como um risco para o planejamento urbano da cidade, com possibilidade de falta d’água e de vagas em escolas e prejuízos ao atendimento médico na cidade.
Levando em conta os empreendimentos já aprovados pelo prefeito e os que podem ser liberados, são mais de 8.500 novos imóveis em Nova Odessa, quase 20% de novos imóveis em menos de quatro anos, segundo avaliação do parlamentar.