O prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, esteve reunido com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, num almoço em Brasília, quando esteve na capital federal em busca de recursos para Nova Odessa. A afirmação foi feita pelo próprio chefe do Poder Executivo, em entrevista concedida à Rádio Clube, de Americana. Leitinho, contudo, não disse o que foi conversado entre eles neste encontro. Os dois pastores são apontados como lobistas que atuavam dentro do MEC (Ministério da Educação) e pediam propina a prefeitos para liberar recursos da pasta.
A abordagem de Gilmar e Arilton, segundo depoimento de outros prefeitos ao Senado, acontecia justamente em almoços realizados em um hotel de Brasília, onde os pastores montaram uma espécie de “QG”. Nesta sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues disse que já conseguiu as 27 assinaturas necessárias para propor a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar o caso.
“Eu conheci os dois (pastores Gilmar e Arilton) em Brasília. Fui apresentado e saímos para almoçar. O ministro (ex-ministro Milton Ribeiro) é super gente boa, de confiança e sincero. Eu acho que ele não tem nada a ver com isso (pedido de propina). Acho que se alguém fez algo, foi esse pastor Arilton”, disse Leitinho. Não apenas Arilton, como Gilmar estiveram em Nova Odessa no dia 21 de agosto do ano passado, durante o “Gabinete Itinerante”, promovido pelo MEC e que, segundo declarações do próprio ex-ministro, foi patrocinado pela Prefeitura de Nova Odessa.
Ainda durante a entrevista, Leitinho voltou a negar que tenha ocorrido a entrega de bíblias durante o evento. A compra, por prefeitos, de exemplares do livro sagrado feita pela editora do pastor Gilmar, também foi apontado como uma forma de propina. “Se tivesse (tido a entrega de Bíblias), eu teria pego pelo menos uma”, garantiu o prefeito de Nova Odessa.
CPI
Nesta sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues disse que conseguiu a 27ª assinatura necessária para apresentar requerimento propondo a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias de corrupção no Ministério da Educação, que levaram, inclusive, a demissão do ministro Milton Ribeiro. A abertura da CPI, contudo, depende da decisão do presidente do Senado, Arthur Lira.