A Revolução Constitucionalista de 1932, deflagrada em resposta à ascensão de Getúlio Vargas e ao autoritarismo do Governo Provisório, ainda ecoa como um marco de resistência e luta por democracia no Brasil. Um novo livro do historiador Derek Destito Vertino, especialista em história militar, joga luz sobre um capítulo pouco explorado desse conflito: a atuação do Batalhão 23 de Maio, formado por voluntários da região de Socorro e cidades vizinhas.
Intitulada “Batalhão 23 de Maio: união e superação no front leste de 1932”, a obra narra com riqueza de detalhes a formação da unidade militar de emergência que atuou na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, com o objetivo de proteger o setor Socorro-Lindóia da ofensiva federal.
O batalhão contou com combatentes de Americana, Nova Odessa, Campinas, Amparo, Serra Negra, Itapira e voluntários de Socorro. Apesar da precariedade, foi abastecido por doações de civis anônimos que garantiram suporte logístico à tropa. A 3ª Companhia, incorporada em 28 de julho, foi composta por nomes que marcaram a história local, como Aristeu Valente, Antonio Prado, Eduardo “Dodô” Silva, Faustino Moraes, Francisco “Chicão” de Souza, Martholindo Teixeira Filho e Roberto Whitehead.
O batismo de fogo aconteceu em 18 de agosto, quando as tropas se confrontaram com o 1º Regimento Policial da Paraíba nos arredores de Águas de Lindóia. O combate durou mais de 40 horas e terminou com baixas significativas: Aristeu Valente, Jorge Jones e Fernando Camargo (ambos de Americana), além do comandante da companhia, capitão Manoel dos Santos Sobrinho.
Mesmo sem vínculos pessoais com a população de Lindóia e região, esses homens tombaram em defesa de ideais constitucionais, enfrentando a repressão das forças federais. O Batalhão 23 de Maio também participou da defesa de Amparo e da tentativa de reconquista da cidade em setembro, nos últimos suspiros da campanha militar paulista.
Apesar da derrota no campo de batalha, a Revolução de 1932 forçou o governo Vargas a ceder e convocar uma Assembleia Constituinte, que culminaria na promulgação da Constituição de 1934 — uma das mais modernas do período, incluindo direitos sociais e trabalhistas que moldaram o Brasil contemporâneo.
A publicação de Vertino é uma homenagem a esses combatentes esquecidos e um chamado à memória coletiva. O livro pode ser adquirido diretamente com o autor pelo WhatsApp (19) 9 8919-1209 por R$ 50, com frete incluso.
Mais do que um resgate histórico, Batalhão 23 de Maio é um lembrete de que a união por um ideal pode transformar destinos — mesmo quando a vitória parece distante.