Grosseria em vez de generosidade
Por algum motivo, o vice-prefeito Mineirinho achou que o microfone da solidariedade, no lançamento da Campanha do Agasalho, era o púlpito ideal para lavar a roupa suja do governo, e de preferência, sem passar nem centrifugar.
Manto de polêmica
Na última terça-feira (3), em Nova Odessa, era para ser um dia de calor humano — aquele que vem em forma de cobertor doado, meia esquecida no fundo da gaveta ou casaco que já não serve mais. Mas bastou o vice-prefeito abrir a boca para a temperatura política subir e a solidariedade ser coberta por um manto de polêmica.
Figurino agressivo
Durante o lançamento oficial da Campanha do Agasalho de 2025, evento voltado a estimular doações a famílias em situação de vulnerabilidade, o vice-prefeito decidiu que a empatia estava fora de moda e optou por um figurino mais agressivo. Em vídeo que circula em grupos de WhatsApp, Mineirinho disparou: “Tem pessoas que não gostam de mim. Mas quem não gosta de mim, é porque é vagabundo. Não gosta de trabalhar e só quer usurpar da cidade”.
Distribuição de ofensas
Sim, você leu certo. No lugar de pedir agasalhos, Mineirinho distribuiu ofensas. Nada como um xingamento público para aquecer uma manhã fria. A fala, feita com a naturalidade de quem está comentando o clima e não destilando veneno em evento oficial, chocou pela escolha do vocabulário e pelo fato de ser dita por um representante público, em um momento que exigia compostura.
Palanque improvisado
A cerimônia, que deveria reunir a comunidade em torno de um gesto nobre, virou palanque improvisado de indignação pessoal. Mineirinho, ao que tudo indica, confundiu agasalho com desabafo. E assim, em vez de comover, provocou revolta.
Críticas imediatas
A repercussão foi imediata. Críticas vieram de todos os cantos, inclusive de quem não é “vagabundo”, trabalha sim, e ainda por cima encontra tempo para participar da vida pública sem ofender ninguém. A declaração lança luz sobre um problema recorrente: o uso de espaços institucionais como escudo para agressões políticas — algo que nem mesmo o cobertor mais grosso da campanha consegue abafar.
Frio na espinha
Enquanto isso, a Campanha do Agasalho — essa sim, digna de aplauso — segue firme até o dia 27 de junho, com 15 pontos de coleta espalhados pela cidade. Espera-se que as roupas doadas tragam calor a quem precisa, já que da parte do vice-prefeito, o frio na espinha foi outro.
Casaco cheio
Fica a lição agora: se for para aquecer o coração das pessoas, que seja com empatia e muita doação generosa e bem-vinda, pois é o que a cidade precisa. De discurso inflamado, o povo já está de casaco cheio.