Filho denuncia descaso com idosa de 90 anos no Hospital Municipal de Nova Odessa

O filho da idosa Maria Aparecida Furlan Ferreira, de 90 anos, Milton Furlan Ferreira, fez uma denúncia ao Jornal de Nova Odessa, que considera um caso de negligência e descaso no atendimento médico à sua mãe, que encontra-se debilitada, acamada e sem os cuidados necessários, após receber alta hospitalar sem exames adequados, segundo ele.
De acordo com Milton, sua mãe passou pelo hospital na terça-feira (13), e retornou na quinta-feira (15) quando acabou sendo internada até a segunda-feira desta semana. Ele afirma que, durante a internação, ela foi bem tratada, mas o atendimento ambulatorial que se seguiu foi, segundo ele, extremamente insatisfatório.
“Ela saiu do hospital bem, querendo fazer comida, lavar roupa, mexer com as coisas. Mas poucos dias depois, sem conseguir se alimentar, teve uma perda acentuada de massa muscular e mobilidade. Hoje, minha mãe não consegue sequer levantar da cama”, relatou Milton.
Segundo o filho, após apresentar sinais de fraqueza e desnutrição, a idosa retornou ao hospital, mas os exames realizados foram básicos e insuficientes, diante do quadro clínico preocupante. “O médico que a atendeu fez exames muito inferiores aos da médica que cuidou dela durante a internação, e mesmo assim decidiu dar alta. Não houve investigação de uma possível infecção ou disfunção renal, que são suspeitas reais no caso dela”, completou.
Milton conta que, após receber apoio da assistente social, foi orientado a abrir uma nova ficha para que sua mãe fosse avaliada por outro médico. No entanto, a tentativa acabou frustrada.
A enfermeira estava prestes a entregar a ficha a outro médico quando o primeiro médico, que já havia atendido minha mãe, apareceu e a impediu de prosseguir, fechando a porta e impedindo o atendimento. Minha mãe foi deixada em uma maca, com 90 anos, sem suporte, sem ambulância, e sem qualquer encaminhamento. É desumano”, denunciou.
A situação se agravou ainda mais, segundo Milton, quando a idosa permaneceu desde às 9h da manhã sem qualquer alimentação. “Ela está fragilizada, sem forças, sem comer desde cedo, e ninguém tomou qualquer providência. Isso é um absurdo. Só agora, depois de muita insistência, consegui ao menos uma ambulância para levá-la de volta para casa”, desabafou.
“Estamos falando de uma senhora de 90 anos, com marca-passo, trombocitemia essencial e perda acelerada de massa muscular. Ela precisa de atendimento médico urgente, mas está sendo tratada como se não tivesse valor algum”, finalizou Milton.