A Câmara Municipal de Americana aprovou nesta terça-feira (3), em primeira votação, a proposta da prefeitura que prevê um reajuste de 20,5% no valor do IPTU a partir de 2026. Com forte articulação da base governista, o projeto passou com 16 votos favoráveis e apenas dois contrários, apesar das críticas de parte da oposição.
A proposta combina um aumento real de 15% com a reposição inflacionária de 5,5%, conforme o índice IPCA. A medida, segundo estimativa da administração municipal, pode adicionar R$ 32 milhões à arrecadação anual do imposto, que atualmente gira em torno de R$ 160 milhões.
O texto chegou à pauta em regime de urgência e ainda precisa de uma segunda votação antes de ser encaminhado para sanção do prefeito Chico Sardelli (PL). A rapidez na tramitação chamou atenção, principalmente por se tratar de um reajuste que impacta diretamente o bolso da população.
Tentativa de ajuste menor é barrada
O vereador Gualter Amado (PDT) tentou emplacar uma emenda que reduziria o índice total para 5,65%, valor já previsto nos instrumentos de planejamento financeiro da prefeitura, como o PPA (Plano Plurianual) e a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026. Mas a tentativa foi barrada em plenário, recebendo apenas dois votos: o dele próprio e o da Professora Juliana (PT).
Segundo Gualter, o aumento aprovado distorce as projeções orçamentárias da cidade e pode gerar desequilíbrios. “A prefeitura vinha trabalhando com uma inflação prevista de 5,65%. Agora, de repente, salta para 20,5%. Isso infla artificialmente a receita e pode camuflar o tamanho real da dívida do município”, alertou o parlamentar.
Governo articula bastidores e assegura maioria
A aprovação folgada do projeto não foi fruto do acaso. Conforme admitiu o líder do governo na Câmara, Lucas Leoncine (PSD), houve uma reunião prévia entre o prefeito e os vereadores da base para garantir apoio à proposta. “Sabemos que aumento de imposto nunca é popular, mas houve diálogo e compreensão da necessidade de equilibrar as contas públicas”, disse Leoncine.
Para o líder, a medida foi resultado de uma negociação coletiva. “O valor aprovado representa um meio-termo diante das necessidades da cidade. Ninguém quer aumento, mas o orçamento precisa fechar”, completou.
Como votaram os vereadores
Favoráveis ao reajuste de 20,5%:
- Dr. Wagner Rovina (PL)
- Fernando da Farmácia (PSD)
- Gutão do Lanche (Agir)
- Jacira Chávare (Republicanos)
- Jean Mizzoni (Agir)
- Leco Soares (Podemos)
- Leonora Périco (PL)
- Levi Rossi (PRD)
- Lucas Leoncine (PSD)
- Marcos Caetano (PL)
- Pastor Miguel Pires (PRD)
- Juninho Dias (PSD)
- Renan de Angelo (Podemos)
- Roberta Lima (PRD)
- Talitha de Nadai (PDT)
- Thiago Brochi (PL)
Contrários:
- Gualter Amado (PDT)
- Professora Juliana (PT)
Ausente na votação:
- Léo da Padaria (PL)
O projeto retorna à pauta na próxima semana para segunda votação. Caso aprovado novamente, será encaminhado para o gabinete do prefeito, que tem a palavra final sobre a medida. Até lá, o tema deve seguir em debate nas ruas e nas redes sociais da cidade.