Ainda um mistério para a Polícia Civil, a execução do secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo, completará nesta quarta-feira, dia 6, quatro meses. De lá para cá, a Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba – responsável pelo caso – prendeu apenas uma pessoa, no caso, o empresário do setor de pavimentação P.S.S., de 52 anos, apontado como sendo quem avisou os executores de que Russo estava deixando o prédio onde residia, no Jardim Marajoara, para que a emboscada tivesse início. Recentemente, a Justiça prorrogou a prisão temporária de P. e também negou o pedido de liberdade feito pela defesa.
Braço direito do prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, Russo foi executado na manhã do dia 6 de dezembro, quando deixava o condomínio de apartamentos onde residia com a mulher e o enteado. Seu carro foi fechado por outro veículo, de onde desceu o executor, que disparou inúmeras vezes contra o secretário. Ao menos 13 tiros atingiram Russo, que morreu antes mesmo de ser socorrido.
P. foi preso por policiais da Deic no condomínio onde também morava o secretário. O empresário teve sua prisão temporária prorrogada. Na ocasião, a delegada Juliana Pereira Ricci afirmou que o empresário morava no mesmo condomínio que a vítima e teria passado informações privilegiadas sobre a rotina do secretário aos dois executores e responsáveis pelos tiros, que ainda não foram presos pela polícia.
A delegada explicou que a Polícia Civil teve acesso a um circuito interno de câmeras, que mostra o momento em que o suspeito, que dirigia uma Toyota Hilux, passou várias vezes em frente ao carro de Russo. “Nas imagens é possível constatar que ele chega a engatar marcha ré”, declarou a delegada, na ocasião.
Juliana disse ainda que, dias após o crime, o empresário prestou depoimento e naquele momento disse que não conhecia a vítima, no entanto, durante a apuração, os policiais confirmaram que se conheciam profissionalmente, mas não eram próximos.
“Quando foi abordado em seu veículo, na mesma época do crime, foram apreendidos um pouco mais de R$ 16 mil em dinheiro, mas ele não sabia ao certo qual era a quantia, pois informou, inicialmente, que portava R$ 10 mil, que teria recebido de uma empresa na região. Depois, cumprimos mandados de busca e apreensão no apartamento dele, onde apreendemos mais R$ 27 mil, celulares e agenda com anotações pessoais”, contou Juliana.
A delegada disse que não pode comentar sobre a motivação e suposto mandante, pois a investigação ainda continua e está sob segredo de justiça.