Um estudo conduzido na NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa, traz novas luzes sobre como a Geração Z (a primeira geração totalmente nativa digital) percebe os riscos e benefícios da Inteligência Artificial (IA) quando utilizada por marcas.
A pesquisa, realizada com jovens de países como Brasil, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido, mostra que a maioria se sente relativamente confortável com recursos de IA aplicados por empresas, mas carrega preocupações significativas quando o tema é privacidade e segurança de dados.
Entre os resultados mais marcantes estão:
Saúde em alerta
Quase metade dos entrevistados não confia totalmente em diagnósticos ou análises médicas feitas por IA, sobretudo pela incerteza sobre como os dados sensíveis são tratados.
Chatbots sob suspeita
Assistentes virtuais ainda despertam desconfiança, principalmente entre jovens de países de língua inglesa.
Entretenimento e streaming
Enquanto boa parte valoriza as recomendações personalizadas, há forte demanda por transparência no uso das informações pessoais.
Consumo digital intenso
Jovens de países lusófonos, como Brasil e Portugal, passam mais horas conectados por dia em comparação a respondentes de países anglófonos.
Segundo o autor do trabalho, o brasileiro Felipe Gonçalves, mestre em Data-Driven Marketing pela Universidade Nova de Lisboa, o recado dos jovens é claro: “Eles valorizam a personalização e reconhecem os benefícios da Inteligência Artificial, mas estão preocupados com com a privacidade e exigem mais clareza das marcas sobre como seus dados são coletados e utilizados”.
O estudo também reforça que empresas que desejam conquistar a Geração Z precisam ir além da inovação tecnológica: devem colocar transparência, ética e segurança digital no centro de suas estratégias.
Texto: Felipe Gonçalves (Jornalista, ator, publicitário e mestre em Data-Driven Marketing pela Universidade Nova de Lisboa).