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Empresário do ramo de pavimentação é preso suspeito de participação na execução de Russo

Homem de 52 mora no mesmo prédio onde residia o ex-secretário de Governo; no imóvel, a polícia apreendeu dinheiro em espécie, celulares, tablets e uma agenda

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Um empresário do ramo de pavimentação asfáltica foi preso nesta segunda-feira pela Polícia Civil, suspeito de participação na execução do secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo, em 6 de dezembro do ano passado. O homem de 52 anos vai ficar preso provisoriamente por 30 dias na sede da Deic (Divisão Especializada em Investigações), responsável pelo inquérito. A prisão do suspeito aconteceu justamente no mesmo prédio onde Russo morava, no Jardim Marajoara, local onde o empresário vinha residindo. De acordo com a delegada Juliana Ricci, ele teria avisado os atiradores do momento em que o secretário deixava o prédio. Russo e o suspeito se conheciam por questões profissionais, segundo a polícia.

Em coletiva de imprensa realizada em Piracicaba, a polícia explicou que as investigações terão continuidade. “Com certeza, não é o único envolvido nesse assassinato. Há ainda a participação de, pelo menos, duas outras pessoas que estavam em Fiat Uno Branco”, afirmou. No apartamento deste empresário, que já havia sido interrogado em uma outra oportunidade, a polícia apreendeu cerca de R$ 44 mil em dinheiro, cuja origem o homem não conseguiu comprovar. Nesta segunda-feira, foram apreendidos dois telefones celulares, uma agenda com diversos contatos e dois tablets, que devem ajudar a polícia na sequência dos trabalhos. Ele estava no hall do prédio e não ofereceu resistência.

A delegada explicou que imagens do circuito interno do condomínio onde o empresário mora e onde Russo também moravam despertaram a atenção da equipe de investigadores, já que elas mostram o homem entrando e saindo do prédio diversas vezes com uma caminhonete Hilux branca. O veículo também aparece em outras imagens logo atrás do carro de Russo, assim que ele é executado com 13 tiros.

O CASO

Braço direito do prefeito Leitinho, Russo foi executado a tiros no dia 6 de dezembro do ano passado. O crime aconteceu por volta de 7h40, na esquina de um conjunto de prédios no bairro Jardim Marajoara, em Nova Odessa, no cruzamento das ruas Guilherme Klavin e Rua Rute Klavin Grikis. O local era próximo aonde o secretário morava. Uma câmera de segurança flagrou o momento em que o secretário foi baleado. Pelas imagens é possível observar que um Fiat Uno branco, com rodas sem calotas, espera estacionado sob uma árvore na Rua Rute Klavin.

Quando o carro do secretário faz a curva vindo da Rua Guilherme Klavin e entra onde os assassinos estão, o Fiat Uno deixa o local onde estava estacionado e fecha o veículo de Russo, um Citroën Aircross. Nesse momento, o atirador sai pela porta do passageiro, se aproxima da janela do carro do secretário e faz os disparos. Enquanto isso, o motorista do Uno já manobra para fugir.

 

Presidente do sindicato denunciou ligação do crime com licitações

 

No início do mês, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Odessa, Adriano José do Carmo Rosa, fez uma live em suas redes sociais onde afirmou que a execução do secretário de Governo, Marco Barion, estava ligada a fraudes em licitações. A motivação para o crime, contudo, não foi divulgada pela polícia na coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira.

Depois disso, Carmo foi convocado pela Polícia Civil e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – órgão do Ministério Público) a prestar esclarecimentos.

No vídeo que postou em suas redes sociais, Carmo disse que o Gaeco e a Polícia Civil já estavam em posse de detalhes de uma gravação onde, segundo o sindicalista, Russo, Leitinho e uma terceira pessoa discutem detalhes de uma licitação superior a R$ 6 milhões na área da Saúde. Carmo disse que ficou sabendo deste suposto vídeo depois que foi procurado na sede do sindicato pelo atual Chefe de Segurança, coronel Carlos Fanti (que já foi chefe de Gabinete de Leitinho), pelo hoje secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Social, Eduardo Mota, e pela diretora do Hospital Municipal, Joseane Gomes.

“Algum tempo atrás eu fui procurado, no sindicato, pelo coronel Fanti, pelo Mota e pela Joseane. E nessa reunião eles me disseram que havia uma gravação feita entre essa pessoa, que eu não vou revelar o nome aqui por que espero ser convocado pela Justiça pra falar sobre isso, o Russo e o prefeito Cláudio (Leitinho) sobre uma licitação de mais de R$ 6 milhões na área da Saúde. E eu falei para essa pessoa: ‘por que você não abre o jogo?’ ‘Porque se eu falar, vou ser preso’, ela me respondeu. Vou pagar um preço caro por isso, mas vou falar, porque me foram relatadas coisas graves, coisas pesadas e que envolvem diretamente o prefeito Cláudio (Leitinho)”, afirmou Carmo.