Novos e importantes indícios obtidos durante a investigação levaram a Justiça de Nova Odessa a transformar a prisão temporária em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, do empresário de 52 anos suspeito de participação na execução do secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo. Braço direito do prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, ele foi morto com pelo menos 13 tiros quando deixava o prédio onde morava, na manhã do dia 6 de dezembro do ano passado. O pedido para que P.S.S. permanecesse preso foi feito pela Polícia Civil e teve aval do Ministério Público.
A execução de Russo vai completar, na próxima semana, cinco meses, e o empresário está preso desde o dia 21 de fevereiro. Pesaram na decisão da Justiça o fato de a polícia ter encontrado documentos no apartamento do empresário que apontam o seu envolvimento com licitações, o que vinha sendo negado por ele, além de outras contradições.
Conversas extraídas do celular do suspeito, segundo a Justiça, levam a crer que ele mantinha relacionamento profissional com Russo. Em uma delas, o empresário comenta com uma outra pessoa, por meio de mensagem, que o braço direito de Leitinho seria “o cara que ia dar a obra para nós”. O empresário suspeito de participação na execução de Russo é proprietário de uma empresa de pavimentação asfáltica, que já participou de processos licitatórios em prefeituras da região.
Na decisão que manterá P. preso por tempo indeterminado, a Justiça indica também uma anotação em um caderno do empresário que foi apreendido como “serviço do Uno”, mesmo modelo do carro utilizado pelos executores do secretário de Governo no dia do crime, bem como a análise das câmeras de monitoramento do condomínio, que fica no Jardim Marajoara, onde moravam Russo e o empresário. As imagens mostram que P. acompanhou, com seu carro, o trajeto da vítima desde a saída do condomínio até o momento em que foi assassinado. “A manutenção da prisão é necessária para garantia da ordem pública. Em razão das contradições em depoimento, indicando que não pretende cooperar com as investigações, a prisão é necessária”, trouxe a decisão judicial.