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Em crise e descontrole financeiro, Prefeitura deixa acabar até pó de café nas repartições públicas

Caos nas finanças da Prefeitura de Nova Odessa gera falta até mesmo de itens básicos como café e leite a servidores públicos municipais, que já sofrem com problemas financeiros que se acumulam

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Paulo Medina
redacao@jno.com.br

A crise financeira da Prefeitura de Nova Odessa já tem impactado o cotidiano das repartições públicas, com servidores relatando a falta até de insumos básicos, como café e leite. O problema afeta setores como a Garagem Municipal e o Almoxarifado, gerando insatisfação entre os funcionários, que enfrentam uma situação de precariedade em meio a um colapso nas finanças da administração municipal.
A situação de crise e descontrole financeiro ficou ainda mais evidente neste mês, quando o prefeito Claudio Schooder, o Leitinho (PSD), teve de solicitar à Câmara Municipal uma autorização para parcelar dívidas acumuladas com a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e o INSS, em um montante de cerca de R$ 10 milhões, a ser quitado em até 60 parcelas. O pedido escancarou a fragilidade das contas públicas e a falta de recursos para cumprir compromissos básicos com fornecedores e servidores. Esse é um alerta feito há algumas semanas por vereadores de oposição ao governo Leitinho, na Câmara Municipal.
Fornecedores têm enfrentado atrasos nos pagamentos, o que, por sua vez, tem levado à falta de materiais essenciais para o funcionamento de repartições públicas. Além do desaparecimento de itens como café e leite, outros setores também sentem o impacto da crise, como na manutenção de veículos e até merenda escolar, segundo parlamentares.
“Não tem café, não tem leite, e agora tememos até que falte pagamento”, disse um servidor público municipal que preferiu não se identificar.
Recentemente, o JNO revelou um relatório do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) que trata das finanças da Prefeitura de Nova Odessa e segundo o órgão fiscalizador, o município, sob a gestão do prefeito Claudio Schooder, o Leitinho (PSD), registra um rombo de R$ 68,3 milhões nas contas públicas considerando os quatro últimos bimestres.
O acompanhamento da gestão fiscal revelou irregularidades e pontos críticos das finanças municipais. Documentos exigidos pelo TCE foram entregues pela Prefeitura, porém, alguns foram encaminhados ao TCE fora do prazo estipulado. A análise inicial da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) indicou um superávit de arrecadação de R$ 2,86 milhões, mas o quadro se complicou quando se verificou um déficit significativo na execução orçamentária, com despesas liquidadas superando a arrecadação em mais de R$ 10,3 milhões.
A análise das despesas e receitas revelou ainda uma tendência de desequilíbrio financeiro. O relatório mostrou que a liquidez projetada para o período é negativa em R$ 21,6 milhões, o que compromete a capacidade do município de honrar seus compromissos financeiros e de manter a execução orçamentária. Esse déficit projetado para 2024 acende um alerta para a administração da Prefeitura, indicando a necessidade urgente de ajustes e medidas corretivas.
Questionada sobre a crise e a falta de itens básicos, a Prefeitura preferiu não se pronunciar sobre o caso.