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Diretor da Coden preso por suposto crime ambiental é reeleito para mandato até 2026

Manutenção do diretor nos principais quadros da empresa ocorreu durante reunião realizada pelo Conselho de Administração da Coden Ambiental; Rean Gustavo Sobrinho chegou a ser preso em fevereiro e pagou fiança

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Funcionários da Coden foram presos sob suspeita de despejo de esgoto in natura no Quilombo

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Paulo Medina
redacao@jno.com.br

O diretor técnico da Coden Ambiental, Rean Gustavo Sobrinho, foi reeleito para a diretoria da empresa em meio a acusações de suposto crime ambiental. A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho de Administração para o mandato de 2024 a 2026. A reeleição da diretoria foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura de Nova Odessa na quarta-feira (8).
Sobrinho enfrenta acusações relacionadas a um possível crime ambiental. Ele chegou a ser preso em fevereiro. A Polícia Civil prendeu em flagrante o diretor-técnico da Coden por despejo irregular de esgoto sem tratamento nas águas do Ribeirão Quilombo. O crime ambiental foi descoberto pela polícia após denúncias feitas por ambientalistas do município de Americana e os dejetos in natura eram jogados no ribeirão por meio de um emissário clandestino, instalado há poucos metros do emissário “oficial” existente na ETE Quilombo (Estação de Tratamento de Esgoto). A gerente técnica da ETE também foi presa pelo crime ambiental.
A denúncia dos ambientalistas chamou atenção dos investigadores que já acompanhavam problema semelhante envolvendo a Represa de Salto Grande. As denúncias diziam que funcionário da ETE Quilombo, a mando ou com o consentimento dos diretores da Coden Ambiental, realizavam o despejo do esgoto sem tratamento, direto no ribeirão, através de emissários clandestinos.
A investigação apurou que esses emissários recebiam uma grande quantidade de dejetos in natura e ficavam em locais de difícil acesso ao público. Durante uma diligência, os investigadores localizaram esse emissário há cerca de 50 metros do emissário “oficial” da estação e peritos da Polícia Científica foram chamados.
Levados para o 4º Distrito Policial de Americana, Rean e a gerente técnica da ETE Quilombo foram autuados em flagrante por crime ambiental, pagaram fiança no valor de R$ 1.420,00 e foram soltos.

Contratação
de defesa
Após o flagrante e um aumento de quase 15% nas contas de água de Nova Odessa, a Coden Ambiental gastou R$ 55 mil para contratar uma assessoria jurídica para ficar responsável pela defesa da empresa no inquérito policial em que os dois funcionários da Coden foram presos. A contratação da assessoria jurídica ocorreu mesmo a empresa tendo corpo jurídico para defendê-la na investigação.
Por meio de um extrato de contrato, a Coden oficializou a contratação da empresa Malosso e Salvador Sociedade de Advogados ME para prestar serviços de assessoria jurídica na área criminal.
O contrato foi firmado em 26 de março, com vigência de 12 meses e um valor total de R$ 55 mil. A contratação ocorreu mediante a modalidade de dispensa de licitação.
O objeto do contrato engloba a prestação de serviços de assessoria e consultoria jurídica, direcionados especialmente para atuação no inquérito policial, bem como em primeira e segunda instância judicial.
Procurada para comentar a reeleição do diretor técnico, a Prefeitura nada respondeu.