Obras inacabadas, contratos milionários sem transparência, taxa inconstitucional mantida à força e uma cidade que sente na pele os efeitos do abandono. Enquanto a Prefeitura de Nova Odessa é alvo de sucessivas denúncias envolvendo recursos públicos — algumas ultrapassando a casa dos milhões —, a população sofre com a precariedade na saúde, educação e infraestrutura. A pergunta que ecoa pelas ruas é: onde está o dinheiro da cidade?
Entre os escândalos já revelados estão a construção de calçadas com possível superfaturamento de mais de R$ 6 milhões, um contrato de limpeza urbana de R$ 4,7 milhões sem comprovação adequada dos serviços prestados, uma obra da nova sede da GCM que parou no chão e, mais recentemente, a confirmação pelo próprio STF de que a cobrança da taxa de lixo (TARSU) foi ilegal — mas, mesmo assim, o prefeito Cláudio Schooder, o Leitinho se recusa a devolver os mais de R$ 6 milhões arrecadados indevidamente da população.
É dinheiro demais saindo dos cofres públicos sem a devida contrapartida para quem mais precisa: o cidadão.
Cenário de abandono
Quem percorre os bairros de Nova Odessa vê a realidade: ruas esburacadas, unidades de saúde com filas, falta de medicamentos, escolas precisando de reformas e equipamentos. Enquanto isso, contratos milionários seguem sob suspeita, com promessas não cumpridas e obras paradas. A cidade pede socorro — e não é de hoje.
E o silêncio dos vereadores?
Diante de tantas denúncias envolvendo recursos públicos, o que se vê por parte da Câmara Municipal é um silêncio ensurdecedor. Nenhuma Comissão Especial de Inquérito (CEI), nenhuma cobrança firme, nenhuma ação concreta que mostre disposição para fiscalizar a Prefeitura como manda a Constituição. Tanto os vereadores da base do governo quanto os da oposição parecem adotar a mesma postura: omissão. A cidade afunda em escândalos, e os representantes do povo seguem calados — seja por conveniência política, medo de confronto ou simples descaso. Para que servem, então, os mandatos que receberam?
Ministério Público e Judiciário: até quando a demora?
As denúncias foram feitas, inquéritos civis foram abertos, documentos foram requisitados — mas até agora, nenhuma ação concreta foi divulgada à população. O Ministério Público recebeu representações envolvendo suspeitas de superfaturamento, serviços não executados e cobranças indevidas, mas não há transparência sobre o andamento das investigações. O caso da sede da GCM, por exemplo, já teve até recurso federal redirecionado para o MP estadual, mas permanece envolto em sigilo.
A sensação de impunidade e morosidade se agrava quando até decisões do Supremo Tribunal Federal, como no caso da TARSU, são ignoradas pela Prefeitura. O Judiciário já decidiu: a cobrança foi ilegal. Mas cadê o dinheiro de volta para o povo?
A cidade não pode esperar
Mais de R$ 17 milhões estão sob suspeita ou foram indevidamente arrecadados. Esse valor poderia ter sido usado para reformar escolas, equipar postos de saúde, melhorar a infraestrutura dos bairros, investir em segurança e mobilidade. Em vez disso, o que se vê é uma cidade estagnada, uma população revoltada — e um governo que age como se tudo estivesse normal.
É hora de responsabilidade, de ação, de resposta. O dinheiro público tem dono: é do povo. E o povo exige que ele seja bem utilizado.
Até quando Nova Odessa vai pagar a conta da má gestão?