No início do mandato, o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, fez questão de prometer que resolveria o problema crônico das inundações causadas pelo assoreamento do Ribeirão Quilombo, em Nova Odessa. A promessa, feita em maio de 2021 durante as comemorações dos 116 anos da cidade, falava em um desassoreamento completo de oito quilômetros do leito do ribeirão, com duração prevista de até oito meses. Mais de três anos depois, a promessa não saiu do papel — e quem paga o preço é a população ribeirinha, que continua sofrendo com as enchentes e a omissão do poder público.
Na época do anúncio, o prefeito afirmou que a obra seria viabilizada através de uma contrapartida de R$ 1,1 milhão da empresa América de Ouro Empreendimento Imobiliário, responsável pelo loteamento Parque Vila América Nova Odessa. A Prefeitura chegou a divulgar que o serviço de desassoreamento seria feito em uma única etapa — algo inédito no município. A iniciativa foi divulgada com destaque, como um marco da nova gestão.
Porém, o que se viu na prática foi bem diferente. Em dezembro de 2021, o prefeito apareceu nas redes sociais ao lado de uma escavadeira hidráulica de 14 toneladas, avaliada em R$ 500 mil, supostamente fruto da contrapartida do loteador. O equipamento, no entanto, é considerado inadequado para a complexidade dos serviços prometidos. Na prática, a Prefeitura trocou o compromisso de desassorear oito quilômetros por uma máquina insuficiente para o trabalho, revelando falta de planejamento e responsabilidade com o bem público.
Até hoje, o Jornal de Nova Odessa (JNO) cobra respostas sobre o destino dos R$ 1,1 milhão prometidos como contrapartida. Qual foi a real contrapartida entregue? Onde está a prestação de contas? O governo Leitinho, no entanto, segue em silêncio.
Enquanto isso, os moradores das margens do Ribeirão Quilombo seguem lidando com o medo e os prejuízos causados pelas enchentes. O tempo passa, os discursos mudam, mas as promessas continuam sendo apenas promessas.