A exoneração de Moisés de Jesus Lima, pastor evangélico e então secretário adjunto de Governo do prefeito Leitinho (PSD) aconteceu às vésperas da leitura do relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI) instaurada pela Câmara Municipal, que será encaminhado ao Ministério Público. A CEI já foi concluída após a realização de reuniões e oitivas e seu teor permanece sob sigilo até a leitura em plenário.
A denúncia também é alvo de investigação pela Polícia Civil, após registro de boletim de ocorrência feito pela vítima.
Moisés era assessor direto do prefeito e foi acusado de homofobia após supostas declarações durante uma reunião interna da prefeitura, na qual, segundo testemunhas, afirmou que “Nova Odessa precisava de oração” por ter no comando do Legislativo um servidor assumidamente homossexual. A fala, direcionada ao jornalista Lucas Camargo, diretor da Câmara, vazou, gerou forte repercussão e resultou na moção de repúdio apresentada pelo vereador Paulo Porto (PSD).
Diante da denúncia, a Câmara instaurou a CEI para apurar a conduta do então secretário. Mesmo com a investigação em andamento, Leitinho manteve Moisés no cargo por meses.
A exoneração veio com a publicação da portaria publicada por Leitinho no dia 13 de maio de 2025.
O relatório final da CEI, com recomendações de encaminhamento ao Ministério Público, será apresentado em plenário nos próximos dias.
Em nota oficial para a imprensa, o prefeito chegou a dizer ser contra qualquer forma de homofobia e ressaltou que sua gestão preza pelo respeito à diversidade. A postura da Prefeitura foi reativa. A Polícia Civil também apura o caso, que pode ter desdobramentos judiciais.
O acusado está negando na imprensa as acusações, dizendo que nunca ofendeu o diretor da Câmara Lucas Camargo e que foi ele quem pediu exoneração do cargo de secretário da Prefeitura.
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Demissão de secretário acusado de homofobia só acontece às vésperas de CEI ser enviada ao Ministério Público
