Um pão “recheado” com uma fina fatia de mussarela e outra de presunto e uma pequena embalagem de suco industrializado. Essa foi a merenda servida pela Secretaria de Educação aos estudantes da rede municipal de ensino de Nova Odessa durante a paralisação das merendeiras, na segunda e terça-feira. O mesmo cardápio foi adotado na semana passada, quando também houve paralização em razão de uma assembleia, ocasião em que a greve foi decretada. A alimentação, claro, gerou inúmeras reclamações por parte dos pais ou responsáveis pelas crianças. Segundo eles, na volta para casa, a queixa era a mesma: fome. A Prefeitura, por sua vez, classificou o lanche como “adequado”.
“Meu neto foi na escola (na segunda-feira) e passou o dia com um pão com uma tirinha de queijo. Como que (sic) uma criança estuda com fome? Eu não deixava ir pra passar fome”, disse a avó de um aluno da EMEF Paulo Azenha, que fica na Vila Azenha. “Minha neta foi na escola ontem (terça-feira) e disse que deram arroz puro pra eles (estudantes) comer (sic)˜, comentou outra avó, via mensagem de whatsapp encaminhada à redação do JNO. “Minha filha voltou pra casa reclamando de dor de estômago de tanta fome! Como pode deixar uma criança passar o dia todo com um pãozinho só? Absurdo o que fizeram com elas”, queixou-se a mãe de uma estudante da escola do Jardim São Jorge.
A reportagem questionou a Secretaria de Educação sobre a alimentação fornecida aos alunos e pediu uma posição diante das reclamações das mães. Em nota, a prefeitura disse que “os lanches ofertados às crianças maiores de 4 anos são perfeitamente adequados, e só foram utilizados em função da greve das profissionais da Merenda. Hoje (ontem) já voltou tudo ao normal, com cardápio completo em todas as unidades”, afirmou a pasta.
FIM DA GREVE
A Justiça do Trabalho deu prazo de 45 dias para que o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, entregue os EPI`s (equipamentos de proteção individual) para as merendeiras. A decisão saiu após audiência de conciliação entre o Sindicato dos Servidores Públicos e a Prefeitura de Nova Odessa. “A greve não teve relação com salários, mas condições de trabalho. A atuação do sindicato foi elogiada durante a audiência, cujo juiz informou que não era comum esse tipo de reivindicação”, afirmou o presidente do sindicato, Luis Fernando Nascimento. Já a prefeitura disse que todos os EPIs e uniformes já adquiridos continuam sendo entregues normalmente nas escolas, mediante recibo, conforme são entregues pelos fornecedores. “Lembrando que 20 profissionais já foram contratados emergencialmente para reforçar a equipe em 33%”.