Paulo Medina
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Com a combinação de tempo seco e calor intenso, a qualidade do ar em Nova Odessa foi classificada como “ruim” pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) nos primeiros dias de setembro. A situação preocupante afeta diretamente a saúde da população, especialmente grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas.
As estações de monitoramento mais próximas da cidade, localizadas em Americana e Paulínia, também registraram nos primeiros dias do mês níveis de qualidade do ar classificados como “ruins”. De acordo com a Cetesb, essa condição é um alerta para que a população reduza esforços físicos ao ar livre. O tempo seco, típico desta época do ano, agrava o acúmulo de poluentes na atmosfera, dificultando a dispersão natural.
A recomendação de especialistas é que, diante da qualidade do ar ruim, pessoas com doenças respiratórias, como asma e bronquite, evitem atividades ao ar livre, assim como crianças e idosos, que são mais suscetíveis aos efeitos nocivos dos poluentes. O calor intenso e a ausência de chuvas contribuem para a elevação dos níveis de partículas inaláveis, monóxido de carbono e dióxido de enxofre, entre outros agentes prejudiciais à saúde.
A classificação “ruim” da qualidade do ar não é uma situação isolada. De acordo com a Cetesb, diversas regiões do estado têm enfrentado uma piora nas condições atmosféricas, com muitas estações de monitoramento registrando índices “ruins” ou “moderados” nos últimos dias. O acúmulo de poluentes, somado à falta de chuvas, torna o cenário cada vez mais preocupante.
“De um modo geral, a maioria das estações no estado de São Paulo ficaram classificadas como “Ruim” ou “Moderada”. Favoráveis à dispersão dos poluentes Dióxido de Enxofre, Partículas Inaláveis, Partículas Inaláveis Finas, Dióxido de Nitrogênio, Monóxido de Carbono; e também Favoráveis para Ozônio”, informou o órgão ambiental.
Diante do cenário de tempo seco, ocorrência de incêndios e piora na qualidade do ar, o Governo de São Paulo divulgou novas orientações em saúde e diretrizes para todo o Estado.
A principal recomendação em saúde é que as pessoas evitem atividades físicas ao ar livre e aumentem a ingestão de água. Entre as medidas anunciadas, a Cetesb suspendeu temporariamente as autorizações de queima no Estado para a despalha de cana, queima fitossanitária ou para manejo.
Segundo o Mapa de Risco de Incêndio do Estado, há nível de emergência para queimadas em quase todo o território paulista até este sábado (14). O gabinete de crise montado pela gestão estadual no Centro de Gerenciamento de Emergências na Defesa Civil segue mobilizado no monitoramento e coordenação das ações de prevenção e combate aos incêndios.
As secretarias de Estado da Saúde, Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, a Cetesb e a Defesa Civil apontaram que a piora na qualidade do ar ocasionada pelas queimadas é agravada pela atuação de uma massa de ar quente, seco e estável, aliada à ausência de chuvas.
As pastas seguem monitorando e atuando no combate aos focos de incêndio, medindo a qualidade do ar e avaliando os eventuais riscos à saúde. Todas as recomendações serão compartilhadas com os municípios paulistas.