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Câmara de Nova Odessa rejeita convocação em denúncia eleitoral envolvendo campanha de Leitinho e Mineirinho

Base do prefeito vence por 5 a 4; novo documento cita R$ 152,7 mil em pagamentos não declarados e caso pode ir ao MP e à Justiça Eleitoral

A Câmara Municipal de Nova Odessa rejeitou, na sessão desta segunda-feira (18), o requerimento do vereador André Faganello (Podemos) que pedia a convocação do diretor de escola José Jorge Teixeira e do ex-secretário Hamilton Lorençato para prestarem esclarecimentos sobre denúncia de suposto caixa 2 na campanha de reeleição do prefeito Cláudio José Schooder (PSD), o Leitinho, e do vice Alessandro Miranda, o Mineirinho. O placar foi apertado: 5 a 4. O pedido havia sido apresentado no dia 14 de agosto e previa a oitiva em 1º de setembro, às 14h, mas a convocação foi derrubada.

O requerimento surgiu após representação do auditor Marcos César Seignemartin, que aponta a utilização de um imóvel na Rua João Adamson, na Vila Azenha, para reuniões políticas durante o período eleitoral sem registro do gasto na prestação oficial de contas. A acusação menciona possível irregularidade contábil de campanha.

Na sessão, Faganello defendeu que a Câmara tem o dever de apurar e dar transparência aos fatos, reunindo documentos para envio aos órgãos competentes, com base no artigo 31 da Constituição Federal. O vereador Elvis Garcia (PL), o Pelé, apoiou a iniciativa, argumentando que ouvir os citados ajudaria a esclarecer o episódio — inclusive para resguardar a imagem do prefeito e do vice, caso não haja irregularidade.

A base governista barrou a convocação. Votaram contra Lico Rodrigues, Priscila Peterlevitz, Marcelo Maito e Márcia Rebeschini. O presidente da Câmara, Oséias Jorge, desempatou contra o requerimento, garantindo a vitória do grupo aliado ao Executivo.

No mesmo dia (18), chegou ao Legislativo uma segunda denúncia, também assinada por Marcos César, desta vez apontando a ausência de registro de pagamentos a 69 pessoas que teriam trabalhado na campanha — cinco coordenadores e 64 integrantes de equipe de rua —, em montante estimado de R$ 152,7 mil. Entre os anexos, constam comprovantes de aventais (R$ 768,00) e diárias de vans (R$ 20 mil) utilizadas entre 24 de agosto e 5 de outubro de 2024.

Paralelamente, há representação encaminhada ao Ministério Público Eleitoral pedindo abertura de investigação e medidas cautelares, com base na legislação eleitoral que trata de arrecadação e gastos de campanha e de abuso de poder econômico. Caberá ao MP Eleitoral e à Justiça Eleitoral avaliar a admissibilidade, coletar provas e decidir se há fundamento para ações específicas, como AIJE, entre outras medidas.

Por ora, o tema segue sem decisão judicial. A Câmara rejeitou a convocação, mas os documentos permanecem sob análise e podem ser encaminhados às instâncias eleitorais competentes. Os citados têm direito a apresentar manifestações e documentos nas fases próprias do processo.