IMPEACHMENT

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP), autora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff e recordista com mais de 2 milhões de votos, protocolou na terça-feira, dia 30, um pedido de impeachment contra o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli. No último dia 16, a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Toffoli determinou a suspensão de investigações criminais pelo país que usem dados detalhados de órgãos de controle – como Coaf, Receita Federal e Banco Centra l– sem autorização judicial. A medida paralisou uma série de investigações contra corrupção.

JUSTIFICATIVA

Segundo Janaina argumenta no pedido de impeachment, a decisão de Toffoli contraria a Constituição Federal e o entendimento do próprio STF. Ela diz que a Primeira Turma já julgou que o Coaf pode enviar movimentações que considera suspeitas ao Ministério Público. “O fato de o ministro desrespeitar entendimento anterior já seria questionável, o fato de, em pleno recesso, em petição avulsa, paralisar todas as investigações contra organizações criminosas do país também já seria passível de grande estranhamento, mas o que torna a ação criminosa é justamente o contexto em que se deu”, aponta Janaina.

BALELA

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o desaparecimento, no governo militar, do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Bolsonaro classificou de “balela” documentos sobre os mortos na ditadura. O presidente questionou a legitimidade da Comissão da Verdade ao ser perguntado sobre a conclusão do órgão para a morte de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. De acordo com a comissão, Fernando foi preso e morto por agentes do Estado brasileiro durante o governo militar. “Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma”, disse Bolsonaro.

SOU EU

Após protagonizar uma série de declarações agressivas nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que não mudará seu estilo e que não há uma estratégia eleitoral por trás das controvérsias. Em entrevista ao jornal “O Globo”, publicada nesta terça-feira, dia 30, ele disse não estar preocupado com a sucessão presidencial de 2022, para a qual já sinalizou que tentará a reeleição, e voltou a criticar a cobertura da imprensa. “Sou assim mesmo. Não tem estratégia. Se eu estivesse preocupado com 2022, não dava essas declarações”, disse. “O dia [em] que não apanho da imprensa, eu até estranho”, ressaltou.