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Bate-Rebate: Crescimento sem planejamento

Nova Odessa parece ter encontrado a fórmula mágica do “desenvolvimento”: basta aprovar loteamentos aos montes, ignorar a necessidade de infraestrutura e deixar o caos urbano florescer livremente.

Crescimento sem planejamento
Nova Odessa parece ter encontrado a fórmula mágica do “desenvolvimento”: basta aprovar loteamentos aos montes, ignorar a necessidade de infraestrutura e deixar o caos urbano florescer livremente. Em poucos anos, a cidade liberou nada menos que 28 novos loteamentos, mesmo sem garantir o básico — como água, esgoto, ruas pavimentadas ou qualquer acesso digno a serviços públicos. Quem precisa disso, afinal, quando se pode ter mais bairros desordenados a cada esquina?

Desgoverno
O resultado é uma expansão urbana que mais parece um jogo de tabuleiro desgovernado: casas brotam onde não há calçada, ruas nascem onde não há drenagem, e famílias se instalam onde não há escola, posto de saúde ou sequer iluminação. Mas, para quem assina os alvarás, tudo isso é só um detalhe.

Lucidez perdida
No início do mandato do prefeito Leitinho, houve um breve momento de lucidez — ou pelo menos, um discurso. O Ministério Público, representado pelo promotor Carlos Nardy, chegou a levantar o dedo e mostrar preocupação.

Plano de Saneamento
O Plano Municipal de Saneamento alertava que liberar loteamento sem estrutura era pedir para o futuro colapsar. Mas entre alertar e agir, há um abismo. E no caso de Nova Odessa, ele foi cuidadosamente ignorado.

Empurrando com a barriga
Aliás, se há algo que funciona na cidade, é a máquina de empurrar problemas com a barriga. A omissão virou regra, e o Ministério Público, que poderia exercer um papel decisivo, hoje é coadjuvante silencioso de uma crise anunciada.

Silêncio
A cidade continua crescendo como dá — ou como não deveria. Os bairros se multiplicam como folhas ao vento, as obras param sem explicação, e o poder público responde com silêncio, quando deveria oferecer transparência.

Crise de gestão
Nova Odessa enfrenta hoje não só uma crise urbana, mas uma crise de gestão e de compromisso. O planejamento virou retórica; a execução, uma piada cara; e a transparência, uma palavra bonita para adornar os discursos que ninguém mais acredita. Resta ao cidadão pagar o preço, em ruas esburacadas, promessas enterradas e escolas que não saem do papel.