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Bate-rebate: assédio, viradas políticas e precatórios levantam poeira na Prefeitura de Nova Odessa

Foto: Instagram

Pedágio mais caro, sem melhorias visíveis

A partir de julho, o pedágio entre Nova Odessa e Sumaré vai subir para R$ 12,10. A notícia foi recebida com revolta por motoristas da região, que não enxergam contrapartidas em melhorias reais nas estradas. Apesar de ser um valor significativo no bolso do trabalhador, não houve pronunciamento da gestão Leitinho sobre a elevação do custo, o que aumenta ainda mais a sensação de abandono em relação à mobilidade urbana.

De opositor a defensor da gestão

O vereador Cabo Natal surpreendeu ao trocar a cadeira do Legislativo por uma função na Prefeitura. Agora como secretário-adjunto de Segurança, passou a usar as redes sociais para defender a administração de Leitinho — a mesma que criticava duramente até poucas semanas atrás. A mudança repentina de postura levantou questionamentos sobre coerência e interesses políticos, enfraquecendo a confiança de parte dos eleitores.

Post do Cabo Natal no Instagram

O post, respondendo diretamente à reportagem do JNO, reforça que ele está ali “para ajudar por dentro” e “com compromisso total com a população”. Mas isso não apaga algumas questões importantes:

  • Coerência política em xeque: como alguém que pautou seu discurso em críticas constantes passa, de forma tão rápida, a defender a mesma administração? A mudança drástica sugere que algo além de “compromisso com o povo” motivou essa guinada — seja promessa de cargo, apoio em futura campanha ou outro tipo de acordo político.

  • Representatividade versus interesse político: o discurso de “estar de dentro pra melhorar as coisas” só faz sentido se vier acompanhado de ações reais que beneficiem a comunidade.

  • O efeito na confiança do eleitor: essa mudança súbita pode afastar os eleitores que nele confiaram por se posicionar claramente contra a atual gestão. Mudar de lado pode ser visto como oportunismo — e isso pode render desgaste na próxima eleição.

Acusação grave no funcionalismo

O JNO precisar abordar também o caso da servidora que fez uma live nas redes sociais após pedir exoneração. Ela denunciou perseguição e assédio moral por parte do prefeito Leitinho, e o jornal noticiou os relatos que ela fez, pautando a matéria nos acontecimentos narrados por ela e na repercussão do caso.

Tudo foi apurado e colocado ao público com responsabilidade. Agora, cabe a cada leitor interpretar o conteúdo completo da matéria — e não se prender apenas ao título. É fundamental destacar para a população que o JNO expôs, sim, o caso grave que ocorreu e que continua em aberto, sem nenhum desdobramento concreto por parte do Executivo.

Além disso, a redação do JNO deu espaço para a Prefeitura se posicionar, mas mais uma vez eles preferiram o silêncio. Assim como em outros episódios delicados, se omitiram e não quiseram apresentar o seu lado — embora tenham sido procurados formalmente.

Enquanto isso, o caso segue sem respostas e a gestão Leitinho, sem explicações.

R$ 7,4 milhões para empresa ligada a ex-prefeito

A Prefeitura de Nova Odessa pagou R$ 7,4 milhões em precatórios à Nova Plást, empresa da família do ex-prefeito Manoel Samartin. Embora o pagamento tenha respaldo legal, a transação reacende o debate sobre transparência, possível favorecimento e uso de dinheiro público em contratos com vínculos políticos.

Nas redes sociais, algumas pessoas estão dizendo que o jornal só deu espaço para a Nova Plást esclarecer o caso, mas isso não é verdade. A redação procurou a Prefeitura de Nova Odessa para ouvir o lado deles — e, como na maioria das vezes, não obteve resposta.

Ou seja, não é o jornal que omite o contraditório — é a gestão que se recusa a prestar esclarecimentos. A população merece respostas, especialmente quando se trata de cifras milionárias pagas com dinheiro público. Mas, novamente, a Prefeitura preferiu se calar.

Servidor relata perseguição política após eleição

Mais um servidor municipal afirmou ser vítima de perseguição política por parte da atual gestão após apoiar o ex-prefeito Benjamim Bill. Ele relata abertura de processos administrativos e retaliações internas desde as eleições, e cobra respeito à liberdade política dentro do serviço público. O caso reforça denúncias anteriores de assédio e perseguição dentro da Prefeitura.