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Aposentado coleta mais de 300 assinaturas por falta de médicos e demora em exames

Aposentado coleta mais de 300 assinaturas por falta de médicos e demora em exames

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A constatação da falta de médicos no HMNO (Hospital Municipal de Nova Odessa) e na rede está levando moradores a se mobilizarem em busca de soluções. Por esse déficit, pela espera e pelo atraso na realização de exames, o aposentado João Batista do Nascimento, de 67 anos, que reside no Jardim Maria Helena, decidiu agir e coletou 309 assinaturas em um abaixo-assinado para pedir que a Secretaria de Saúde de Nova Odessa resolva o problema.
A indignação de João Batista reflete a realidade enfrentada por muitos moradores da cidade, que aguardam há meses por atendimento médico especializado e exames para a continuidade de seus tratamentos.
Segundo João Batista, a espera por exames e consultas tem sido um grande problema para os pacientes do HMNO. Ele disse que sua esposa precisa de um exame de rim desde agosto de 2024, mas segue sem previsão de atendimento.
“Está faltando alguns médicos, está tendo problema aqui na fila de espera. O pessoal fica muito tempo aguardando e, às vezes, o exame vence antes mesmo de ser realizado. Aí tem que refazer tudo de novo, e isso atrasa ainda mais. A minha esposa precisa de um exame de rim desde agosto e até agora nada. Ninguém liga, ninguém dá satisfação, nem o secretário vem falar alguma coisa para a população.”
Além disso, João disse que não é só a esposa dele que enfrenta dificuldades. O problema afeta diversas especialidades médicas no município, como endocrinologia, nefrologia e reumatologia. A situação dos exames também preocupa, já que há atrasos tanto na marcação quanto na realização dos procedimentos.
Por causa dessa situação, João Batista decidiu agir e coletou assinaturas de outros moradores que também relatam a demora no atendimento. Segundo ele, a quantidade de assinaturas poderia ter sido ainda maior, caso ele tivesse continuado a coleta.
“Esse pessoal aí foi tudo tirado numa segunda-feira lá no hospital, porque eu tive que ir lá para colher 309 assinaturas. Eu poderia até chegar a mil assinaturas, se quisesse, mas eu achei que já era o suficiente as 309. Se tiver que resolver, tem que resolver em cima desse abaixo-assinado”.
A situação do hospital fica crítica no início da semana. João explica que as segundas-feiras costumam ser os dias mais lotados no HMNO.
“Infelizmente, a gente fica muito dependente do poder público. A população está esperando uma resposta da direção de saúde. Inclusive eu, que estou desde o ano passado aguardando exames urgentes que a minha cardiologista pediu”, relatou.
João Batista espera que, com a entrega do abaixo-assinado, a Secretaria de Saúde tome medidas para regularizar o atendimento, com mais médicos e agilidade na realização dos exames.
OUTRO LADO
Consultada, a Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que a premissa contida na afirmação de que “falta médico especialista” na Rede Municipal não procede. A Rede dispõe no momento dos seguintes médicos especialistas: anestesiologista, cardiologista, cirurgião geral/gastroenterologista, cirurgião vascular, dermatologista, endocrinologista, hematologista, neurologista, neuropediatra, oftalmologista, ortopedista, otorrinolaringologista e urologista. Na soma de todas estas especialidades, foram realizadas: 3.491 consultas em setembro, 3.442 em outubro, 2.746 em novembro e 2.041 em dezembro.
Apenas a profissional médica reumatologista deixou o Município recentemente, mas a Secretaria já busca uma reposição junta a empresas de serviços médicos. Nesta sexta-feira (14/02/2025), inclusive, a pasta está apresentando os resultados e estatísticas de atendimentos médicos ao Conselho Municipal de Saúde com o total de consultas por especialidade realizadas no período.