Mesmo diante de uma crise no sistema de descarte de resíduos e com a superlotação dos ecopontos causando transtornos à população, o prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder (PSD), o Leitinho, afirmou que a Prefeitura não possui recursos financeiros para a construção de novos ecopontos no município. A justificativa foi dada em resposta a um requerimento protocolado neste ano pelo vereador da base governista, Marcelo Maito (União Brasil).
Segundo documento assinado por Leitinho e encaminhado à Câmara Municipal, a implantação de novos ecopontos depende exclusivamente de verba. “Ressaltamos que a única pendência para a execução desse projeto é a disponibilidade de recursos financeiros”, diz trecho da resposta. A afirmação chega em um momento de grande desafio para o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos da cidade.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) já chegou a apontar possíveis irregularidades em uma licitação realizada para definir uma empresa gestora dos dois ecopontos atualmente em funcionamento.
De acordo com o órgão, a Prefeitura desclassificou, sem justificativas consistentes, as três propostas mais econômicas apresentadas por empresas concorrentes, favorecendo a quinta colocada, a Primordial Serviços Ltda, que acabou vencedora com uma proposta de R$ 1,826 milhão na época — cerca de R$ 400 mil mais cara.
As empresas desclassificadas foram: Única Distribuidores de Produtos (R$ 1,440 milhão), Ato Engenharia (R$ 1,540 milhão) e Recam RC Ltda (R$ 1,675 milhão).
A alegação da Prefeitura foi que os valores apresentados seriam “inexequíveis”.
Na época, a então secretária de Meio Ambiente, Aryhane Massita, chegou a comunicar seu desligamento da pasta logo após questionamento do TCE.
Bairros da cidade, como Triunfo, Monte das Oliveiras, Santa Rita 1 e 2, Centro, Vila Azenha e São Manoel, registram acúmulo de entulho, lixo doméstico e restos de materiais de construção nas calçadas, terrenos e até mesmo nas lixeiras.
Com pouco espaço nos ecopontos existentes, moradores praticam o descarte irregular. Patrícia Mendes, moradora do São Manoel, tentou utilizar um dos ecopontos este ano, mas voltou frustrada. “Estava tudo cheio, sem espaço nem para descer do carro. Tive que voltar pra casa com tudo”, contou.
No bairro Monte das Oliveiras, Silas de Oliveira confirmou o problema. “Aqui já vi gente jogando móveis e entulho nas esquinas. O lixo vai se espalhando e fica um cenário horrível. Se não fizerem nada, Nova Odessa vai virar um lixão”.
A presença de cães de grande porte próximos aos ecopontos também assusta os moradores. Em alguns casos, os animais avançam em quem tenta fazer o descarte.
A pressão cresce para que a Prefeitura aumente a capacidade dos ecopontos, melhore a frequência de coleta e promova fiscalização efetiva contra descartes irregulares.
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Após contratação questionada pelo TCE, Leitinho alega falta de dinheiro para construir novos ecopontos
Tribunal de Contas do Estado já chegou a apontar possíveis irregularidades em uma licitação realizada para definir uma empresa gestora dos dois ecopontos, que estão superlotados em Nova Odessa
