28 loteamentos e o silêncio do MP
A situação dos loteamentos em Nova Odessa é alarmante. Com 28 novos empreendimentos aprovados em poucos anos, a cidade assiste ao crescimento desordenado de áreas urbanas sem infraestrutura de saneamento, pavimentação ou acesso a serviços básicos. Trata-se de um caos urbano.
Efetividade
No início do mandato de Leitinho havia uma preocupação clara quanto ao avanço desses loteamentos por parte do Ministério Público. O próprio promotor Carlos Nardy demonstrava atenção ao tema, mas nada de efetivo se viu da Promotoria.
Inércia
Além disso, destaca-se que no Plano Municipal de Saneamento, entregue à Promotoria, o promotor Carlos Nardy tinha conhecimento dos riscos relacionados à expansão urbana desordenada. Ou seja, não se trata de um problema novo ou desconhecido. Mas a atual inércia do Ministério Público acontece diante do avanço de loteamentos sem estrutura adequada na cidade.
Futuro em risco
A população precisa de respostas. A desatenção do poder público e do MP diante de uma expansão urbana sem planejamento compromete o futuro da cidade e coloca em risco a qualidade de vida dos moradores. Se já não bastassem calçadas milionárias não entregues, sede da nova Guarda Municipal paga e não entregue, nova delegacia da Polícia Civil atrasada há mais de um ano, a aprovação indiscriminada de loteamentos é mais um problema seríssimo que ameaça o município.
Obra de R$ 1 milhão
A Escola Municipal José Mário, no Jardim Santa Rita II, poderia hoje estar servindo refeições quentinhas em sua nova cozinha com refeitório e pátio coberto. Mas, em vez disso, o que se vê no local é um canteiro de obras abandonado, poeira acumulada e paredes inacabadas — cenário digno de filme de suspense. O enredo, no entanto, é real e tem roteiro de quase R$ 1 milhão em dinheiro público. Quem dirige essa produção? A Prefeitura de Nova Odessa, sob a batuta do prefeito Leitinho. O nome do filme? “O Segredo da Cozinha Fantasma”.
Parada no tempo
Com aproximadamente R$ 900 mil já pagos à Empreiteira Ferrezin Ltda, a obra parou no tempo, mas a prefeitura garante: “estamos investigando”. Só que ninguém pode saber nada. Em resposta ao requerimento do vereador André Faganello (Podemos), a administração municipal informou, com a pompa de quem entrega um segredo de Estado, que abriu uma sindicância… sob sigilo. Ou seja: nem data de paralisação, nem motivos, nem responsáveis — tudo guardado a sete chaves. Transparência? Só depois que a sindicância terminar. Um dia. Quem sabe.
Generosidade?
Na prática, a Prefeitura pede paciência ao cidadão enquanto o mistério se desenrola. Seria cômico, não fosse trágico. Afinal, estamos falando de quase R$ 1 milhão já retirado dos cofres públicos por uma obra que não foi entregue. Mas fiquem tranquilos: a administração diz que, após o fim da investigação interna, talvez forneça algumas informações “eventualmente cabíveis”. Generosidade exemplar.
Contrato suspeito
O que já se sabe, graças a uma denúncia encaminhada ao Ministério Público, é que o contrato 20/2023 está recheado de suspeitas: possível superfaturamento, omissão na fiscalização, pagamentos liberados sem comprovação técnica e indícios claros de má gestão. Um verdadeiro festival de erros onde o contribuinte paga a conta e não é convidado.